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PAN defende “fim do método do abate por trituração de pintainhos machos”

A deputada única do PAN – Pessoas-Animais-Natureza, Inês de Sousa Real, defende o “fim do método do abate por trituração de pintainhos machos”, assim como “o fim da maceração, electrocussão, esmagamento, asfixia ou outros métodos similares de occisão de pintos machos e demais aves”.

Dada a suposta atrocidade avançada pela deputada do PAN — e apesar da hora tardia —, a Revista Agricultura e Mar ainda tentou entrar em contacto com a ANAPO — Associação Nacional dos Avicultores Produtores de Ovos, sem sucesso.

“Todos os anos, milhões de pintos recém-nascidos são descartados e triturados vivos pela indústria pecuária, nomeadamente a indústria dos ovos em Portugal e na União Europeia”, garante a deputada única do PAN, que se assume como “o único partido animalista, não especista e ambientalista português”.

Explica Inês de Sousa Real, no seu Projecto de Lei 869/XV/1 entregue hoje, 25 de Julho, na Assembleia da República, que este é “um massacre também conhecido como ‘Male chick culling’, que se estima seja responsável pela morte, todos os anos, de mais de 300 milhões de pintainhos machos, triturados vivos de forma legal, na União Europeia”.

E adianta que “o abate acontece poucas horas após a eclosão, assim que os filhotes são separados de acordo com o seu sexo. Enquanto as fêmeas são enviadas para indústrias de produção de ovos, os machos são considerados um subproduto indesejável tanto para a indústria dos ovos, como para a indústria da carne, pois esses pintos ganham peso muito lentamente e produzem apenas pequenas quantidades de carne na idade de abate”.

“Estes pequenos seres vivos, após a eclosão já possuem coração, sistema nervoso e pulmões. Logo depois do nascimento já são capazes de comer sozinhos e caminhar atrás da mãe”, refere a deputada do PAN.

Métodos aprovados para abate de pintos

Acrescenta Inês de Sousa Real, no seu Projecto de Lei 869/XV/1, que, de acordo com o Regulamento do Conselho (EC) 1099/2009 sobre a protecção de animais no momento da occisão, “os métodos aprovados para o abate de pintos até 72 horas (os chamados ‘pintos do dia’) são a maceração mecânica (trituração) ou o gaseamento”.

“Um estudo de 20191 da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA, na sigla em inglês) descobriu, no entanto, que a maceração pode falhar em proteger o bem-estar desses animais. Mais especificamente, a EFSA identificou certos riscos para a protecção do bem-estar durante a maceração (trituração) de pintos: rotação lenta de lâminas ou rolos, sobrecarga de máquinas e rolos muito largos”.

“Isso pode resultar em falhas ao matar os filhotes, deixando-os conscientes, com dor, angústia e medo. Os métodos mais comuns de abate dos animais que não têm, na perspectiva do produtor, interesse económico e praticados pela indústria de ovos são a trituração dos animais ainda vivos e por asfixia”, acrescenta o mesmo documento.

“A matança de pintainhos machos choca os consumidores, cada vez mais conscientes desta cruel realidade em que a indústria faz prevalecer o interesse económico a evitar o sofrimento destes animais, pelo que recentemente têm sido estudadas alternativas que procurem salvaguardar o mais possível o bem-estar animal e até decidida a proibição desta prática nos países da União Europeia (UE), nomeadamente a Alemanha, França, Itália, Luxemburgo e Áustria”, frisa a deputada.

Agricultura e Mar

 
       
   
 

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