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AJAP pede ao Governo apoios suplementares e revisão da estratégia para cultivo de cereais

A direcção da AJAP — Associação dos Jovens Agricultores de Portugal considera ser “essencial actuar nesta campanha, com apoios suplementares devido aos preços pagos ao produtor, e no médio e longo prazo, redefinir a estratégia para o cultivo de cereais em Portugal”.

“Os cereais em Portugal equivalem a 3,5% da produção agrícola nacional, representando o milho em grão a componente com maior peso na produção de cereais (56%), seguida do trigo (19%) e do arroz (16%), refere uma nota de imprensa da AJAP.

Para a AJAP, deveria haver “um esforço estratégico deste Governo. Importa, no curto prazo, actuar ainda nesta campanha, com apoios suplementares devido aos preços, e no médio e longo prazo, redefinir a estratégia para o cultivo de cereais em Portugal”

E adianta que, em termos regionais, na produção de cereais destaca-se a região do Alentejo (63%) depois a região Centro (22%), não se verificando grandes alterações desde 2005, com excepção para o milho, que no caso do Alentejo, por via do Alqueva, tem aumentado a área de cultivo. O Alentejo, em termos de área representa (95 % trigo duro nacional, 73% trigo mole, 80 % aveia, 89% cevada), e 12% do total nacional da área de milho.

Por outro lado, refere que “o preço estimado para esta campanha de 2024, para o trigo e cevada, pode vir a ser mais baixo do que antes da invasão Ucrânia pela Rússia, em Fevereiro de 2022, um cenário arrasador para os produtores, uma vez que todos os custos dos factores de produção dispararam devido à inflação e à guerra”.

“O choque inicial de aumentos foi brutal, mas o que é certo é que, aos dias de hoje, a média do aumento dos preços dos factores de produção, nomeadamente os mais utilizados, ainda se cifra na casa dos 30%, falamos dos combustíveis, electricidade, máquinas, fertilizantes, produtos fitofarmacêuticos, sementes e mão-de-obra”, frisa a mesma nota.

A AJAP entende que “a Europa deve, obviamente, apoiar a Ucrânia, mas a entrada maciça de cereais daquela proveniência a baixo custo, também por via da diminuição de tarifas ou até mesmo a sua inexistência, não deveria afectar e agravar, como está a acontecer, a situação já de si débil, que os agricultores produtores de cereais europeus têm passado e estão a atravessar”.

É entendimento da AJAP que nesta fase, e com um novo Governo em funções, “a estratégia para os cereais em Portugal deve ser revista, ser realista e exequível, sob pena de os agricultores continuarem a abandonar o seu cultivo, acentuando-se o decréscimo nas áreas de produção, e obviamente que o percentual para o auto-aprovisionamento em Portugal de cereais ajustado a números devidamente estruturados e assentes em medidas de políticas acordadas entre as principais forças políticas”.

Para a AJAP, deveria haver “um esforço estratégico deste Governo. Importa, no curto prazo, actuar ainda nesta campanha, com apoios suplementares devido aos preços, e no médio e longo prazo, redefinir a estratégia para o cultivo de cereais em Portugal”.

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