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Exportações de produtos agrícolas aumentam 10% de Janeiro a Setembro de 2021 com défice comercial a agravar-se

As exportações de produtos agrícolas, entre Janeiro e Setembro de 2021, atingiram 3.154 milhões de euros, aumentando 10,0% relativamente ao mesmo período do ano anterior (+11,1% face ao mesmo período de 2019), revela o Instituto nacional de Estatística (INE) no seu destaque dedicado às exportações.

No entanto, as importações de produtos agrícolas, entre Janeiro e Setembro de 2021, atingiram 6.021 milhões de euros, correspondendo a um aumento de 8,2%. O saldo comercial dos produtos agrícolas agravou-se 167 milhões de euros face ao período homólogo.

Numa caixa intitulada “Evolução do Comércio Internacional de produtos Agrícolas, 2019-2021”, os técnicos do INE realçam que os produtos agrícolas mais exportados foram as gorduras e óleos, os peixes e as frutas, atingindo um peso conjunto de 55,6% no total das exportações (-1,4 p.p. face ao mesmo período de 2020).

Entre os quinze capítulos deste grupo de produtos, apenas quatro não registaram aumentos em relação ao período homólogo de 2020. Com os maiores aumentos, destacaram-se os peixes e as gorduras e óleos, correspondentes a 104 milhões de euros (+23,0%; -8,6% face a 2019) e 74 milhões de euros (+12,9%; +25,6% face a 2019), respectivamente.

Acrescenta o INE que as frutas, que em 2020 tinham aumentado de forma muito significativa (+82 milhões de euros; +15,9%), registaram a maior diminuição face ao período homólogo de 2020 (-59 milhões de euros; -9,8%), representando ainda assim um acréscimo de 4,5% face aos níveis de 2019.

Principais clientes

A Espanha manteve-se como principal cliente dos produtos agrícolas nacionais e, tal como no ano anterior, registou um aumento das exportações nacionais neste grupo de produtos (+11,8% relativamente a 2020; +15,1% relativamente a 2019).

A França registou um aumento de 16,7% face ao mesmo período do ano anterior (+18,5% relativamente a 2019), ultrapassando o Brasil e passando a ser o segundo principal destino das exportações deste tipo de produtos, principalmente devido à exportação de fruta. Os Países Baixos e a Itália mantiveram-se, respetivamente,na 4.ª e 5.ª posição no ranking dos principais destinos das exportações nacionais de produtos agrícolas.

Importações

Quanto às importações de produtos agrícolas, entre Janeiro e Setembro de 2021, atingiram 6.021 milhões de euros, correspondendo a aumentos de 8,2% relativamente ao mesmo período do ano anterior e de +2,4% face a igual período de 2019.

Entre os produtos agrícolas, os mais importados foram os peixes, as carnes e os cereais, concentrando 45,5% do total (-0,8 p.p. face ao período homólogo e -3,9 p.p. face ao mesmo período de 2019). Destes três produtos, no período compreendido entre Janeiro e Setembro de 2021, apenas os cereais ultrapassaram as importações do mesmo período de 2019 (+57 milhões de euros; +9,1%), apesar do decréscimo registado em 2020 (-6,9%).

Entre os produtos que mais contribuíram para o aumento das importações, destacam-se os grupos de gorduras e óleos e de cereais, com aumentos correspondentes a 159 milhões de euros (+35,7%) e 100 milhões de euros (+17,1%). Salientam-se também as frutas, o café, chá, mate e especiarias e os produtos da indústria de moagem com evoluções positivas, quer em 2020 quer em 2021.

Principais fornecedores

A Espanha continuou a ser o principal fornecedor de produtos agrícolas, tendo-se registado um aumento de 10,6% (+4,4% face a 2019) nas importações provenientes deste país, mais que compensando o decréscimo observado no ano anterior (-5,7%).

O Brasil foi o segundo principal fornecedor, com um aumento de 16,0% face ao período homólogo de 2020 (+43,5%  face a 2019), ultrapassando os Países Baixos. Esta subida de posição deveu-se ao acréscimo das importações de Sementes e frutos oleaginosos com origem no Brasil, principalmente de soja.

As importações dos Países Baixos, de Janeiro a Setembro de 2021, aumentaram face ao período homólogo (+7,7%), bem como em relação ao mesmo período de 2019 (+9,7%).

A França e a Alemanha mantiveram, em 2021, a 4.ª e a 5.ª posição, respectivamente, no grupo dos principais países de proveniência das importações nacionais de produtos agrícolas.

Défice da balança comercial aumenta 167 milhões de euros

O saldo comercial dos produtos agrícolas, tendencialmente desfavorável a Portugal, agravou-se em 2021, após melhorias do défice em 2019 e em 2020.

Nos três primeiros trimestres de 2021, o saldo comercial das transacções de produtos agrícolas situou-se em -2.867 milhões de euros, o que corresponde um aumento do défice de 167 milhões de euros face ao período homólogo (em 2020 o défice tinha diminuído 341 milhões de euros).

Os cereais e as gorduras e óleos foram os produtos que mais contribuíram para o aumento do défice em 2021, com diminuições dos respectivos saldos comerciais em 102 milhões de euros e 84 milhões de euros.

Comparativamente comos três primeiros trimestres de 2019, o défice comercial diminuiu 174 milhões de euros. Para esta evolução favorável contribuíram principalmente as transacções dos grupos de carnes e de peixes, cujos saldos comerciais registaram acréscimos de 134 milhões de euros e 133 milhões de euros, respectivamente.

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