O presidente da ACOS – Associação de Agricultores do Sul, Rui Garrido, considera que a visita do primeiro-ministro, Luís Montenegro, à Ovibeja, acompanhado pela ministra do Ambiente e Energia, “nossa conterrânea, minha amiga e colega de Liceu, Profª Maria da Graça Carvalho”, e pelo ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, foi “um sinal de que estamos perante um Governo que quer dialogar e trabalhar em conjunto com os agricultores e suas associações, como forma de encontrar soluções para os problemas que afectam a agricultura, a sociedade rural e o ambiente”.
No seu discurso inaugural da 40ª Ovibeja — que se realiza de 30 de Abril a 5 de Maio no Parque de Feiras e Exposições Manuel de Castro e Brito, em Beja — Rui Garrido, dirigindo-se ao primeiro-ministro, realçou que “esta edição da Ovibeja tem como tema o Associativismo Agrícola. Trata-se de um assunto que continua na ordem do dia e que merece uma reflexão aprofundada, tendo em vista o que se tem passado em diversos países da União Europeia, incluindo Portugal, com as manifestações de agricultores, como forma de expressar o seu descontentamento relativamente às políticas agrícolas em vigor”.
E acrescentou que “o movimento associativo ainda tem um longo caminho a percorrer, seja na organização da produção e comercialização agrupada, seja na disponibilização de uma boa assistência técnica, como forma de combater algum individualismo que ainda persiste na nossa classe. Os agricultores têm de ter plena confiança nas suas associações”.
A ACOS, enquanto associação de agricultores, tem consagrado nos seus estatutos “o desenvolvimento da agricultura, da pecuária, da floresta, da agro-indústria e de todas as actividades do meio rural, nos seus aspectos científicos, técnicos e socioeconómicos e a defesa dos interesses dos seus associados”.
Por isso, Rui Garrido, na qualidade de presidente da ACOS e da Comissão Organizadora da Ovibeja, aproveitou a ocasião para apresentar alguns temas que impactam a actividade agrícola, “uns de natureza técnica, económica ou social, e outros relacionados com o modelo organizativo dos serviços” do Ministério da Agricultura.
Falou aquele responsável das alterações climáticas, da escassez de água, da necessidade de construção de mais reservatórios de água no Sul de Portugal, na criação de pequenos regadios para apoio ao sequeiro e, claro, do PEPAC — Plano Estratégico da Política Agrícola Comum. “O que foi negociado pelo anterior governo, ainda mal tinha nascido e já se revelava inadequado à agricultura portuguesa. Com redução das ajudas e sem ter atenção ao aumento brutal do preço dos factores de produção no pós-pandemia. Mantiveram-se as exigências ambientais, mas sem qualquer tipo de apoio continuam a importar-se carnes, frutas, legumes etc. de outras zonas do globo, produzidos sem as mesmas exigências instituídas na União Europeia”.
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