Pacto Ecológico. UE abandona meta de redução de pesticidas em 50% até 2030

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou hoje, 6 de Fevereiro, na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França), que vai propor a retirada da proposta do Pacto Ecológico em reduzir a utilização de pesticidas em 50% até 2030.

“A Comissão Europeia propôs o Regulamento de Utilização Sustentável com o objectivo de reduzir os riscos dos produtos fitofarmacêuticos químicos. Mas a proposta tornou-se um símbolo de polarização. Foi rejeitada pelo Parlamento Europeu, também não se registam progressos no Conselho Europeu. É por isso que vou propor ao colégio de comissários que retire esta proposta”, afirmou Ursula von der Leyen.

O discurso da presidente da Comissão Europeia centrou-se fundamentalmente nos agricultores. “Enquanto decorria a sessão do Conselho Europeu, agricultores de toda a Europa saíam às ruas. Muitos deles sentem-se encurralados. Os agricultores são os primeiros a sentir os efeitos das alterações climáticas. As secas e as inundações destruíram as suas colheitas e ameaçaram o gado. Os agricultores estão a sentir o impacto da guerra russa. Inflação, o aumento do custo da energia e dos fertilizantes. No entanto, eles trabalham arduamente todos os dias para produzir os alimentos de qualidade que consumimos. Por isso, acho que lhes devemos apreço, agradecimento e respeito”.

“Os nossos agricultores merecem ser ouvidos”

E realçou que “os problemas aumentaram nos últimos anos. Os nossos agricultores merecem ser ouvidos. Sei que estão preocupados com o futuro da agricultura e com o seu futuro como agricultores. Mas também sabem que a agricultura precisa de evoluir para um modelo de produção mais sustentável, para que as suas explorações continuem rentáveis ​​nos próximos anos. E queremos ter a certeza de que, neste processo, os agricultores” não desistem das suas explorações.

Ursula von der Leyen realçou ainda que o lançamento do “Diálogo Estratégico sobre o Futuro da Agricultura na União Europeia. Convidámos um vasto leque de representantes do sector agrícola, dos jovens agricultores, das comunidades rurais, da indústria de sementes e fertilizantes, do sector alimentar, do sector da transformação, mas também do sector financeiro, do sector bancário cooperativo, dos consumidores e dos agentes ambientais. grupos e, claro, ciência. Precisamos de analisar a situação em conjunto, partilhar ideias e, o mais importante, desenvolver cenários para o futuro. Precisamos de ir além de um debate polarizado e de criar confiança. A confiança é a base crucial para soluções viáveis”.

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