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Mercosul? IACA alerta: “agricultura não pode servir de moeda de troca nos acordos de comércio livre”

“Há quantos anos dizemos que a agricultura não pode servir de moeda de troca nos acordos de comércio livre? E, uma vez mais, preparava-se para o ser no quadro do Mercosul [Mercado Comum do Sul, que abrange Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além de outros 7 países associados]. Vai ser possível reverter esta situação, perante a necessidade de alavancar o comércio noutros sectores chave da economia europeia e a manutenção do superavit do agroalimentar europeu? Talvez impor critérios de sustentabilidade ou regras equivalentes, as tais “mirror clauses” que a presidência francesa tanto propagandeou e rapidamente esqueceu”.

O alerta é do secretário-geral da IACA – Associação Portuguesa dos Industriais dos Alimentos Compostos para Animais, Jaime Piçarra, após o rescaldo das manifestações de agricultores, em Portugal e um pouco por toda a Europa, do abandono da União Europeia da meta de redução de pesticidas em 50% até 2030.

E realça que, “no entanto, o tal rolo compressor ambientalista, de que temos falado aqui nas últimas semanas, não permitia olhar para as consequências das medidas políticas e, ao que sabemos ainda não permite. Não temos conhecimento de que as metas da Estratégia “Do Prado ao Prato” estejam a ser revistas. A proposta legislativa sobre a utilização sustentável dos pesticidas foi retirada porque ainda estava “nas mãos” da Comissão. Vai ser bem mais difícil (impossível?) reverter as que já passaram pela co-decisão com o Parlamento Europeu, e estão hoje vertidas em Regulamentos”.

Os receios de Jaime Piçarra estão escritos no seu artigo de opinião, na rubrica “Notas da Semana”, no site da IACA, intitulado “Gerir as Expectativas, Sem Grandes Ilusões?”.

E adianta que “o mindset da Comissão Europeia está lá, nada mudou. É preciso reforçar as organizações que representam os diferentes sectores e o Parlamento Europeu, porque se os movimentos inorgânicos não deixam de ser positivos e desafiantes, a existência de estruturas representativas que dialogam com os poderes instituídos são a base da decisão democrática e a forma mais eficaz na defesa dos legítimos interesses”.

Pode ler a “Notas da Semana — Gerir as Expectativas, Sem Grandes Ilusões? aqui.

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