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Vinhos do Tejo lançam projecto colectivo para alavancar casta Fernão Pires

A Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo), com o apoio da Câmara Municipal de Almeirim, na semana passada, com a instituição e celebração do Dia da Fernão Pires, a 20 de Junho, deu mais um passo na promoção desta casta. Para além de um conjunto de iniciativas, como adegas portas abertas, degustações livres e uma prova didáctica, a entidade elegeu esta efeméride para apresentar oficialmente, em Portugal, o projecto de união e esforço colectivo Campo do Tejo Fernão Pires e seus vinhos, sendo actualmente uma trilogia.

Como o nome evidencia, Campo do Tejo Fernão Pires é um cluster de vinhos brancos feitos à base de uvas de Fernão Pires, na sua maioria provenientes do terroir Campo – na região existe ainda o Bairro e a Charneca. O Campo abrange as áreas de vinha situadas ao longo das duas margens do Rio Tejo, numa extensão de mais de 80 quilómetros, na área geográfica do Ribatejo.

Estas uvas beneficiam de um microclima, com manhãs enevoadas, dias quentes e noites frescas e húmidas, o que confere frescura, acidez e grande vivacidade aos vinhos. Campo do Tejo Fernão Pires representa um perfil específico de brancos feitos com esta casta: leves, frescos e com pouco álcool (até aos 12%), ideais para consumir de forma descontraída, no dia-a-dia, a solo ou com comida. Brancos vibrantes, a evidenciar a frescura que caracteriza os Vinhos do Tejo, refere uma nota de imprensa da CVR Tejo.

Com um estilo e espinha dorsal comum, cada produtor tem a liberdade de dar o seu cunho, nascendo vinhos distintos entre si. Isto advém não só da localização específica das vinhas, mas também da idade das mesmas, da data de vindima e dos processos de vinificação adoptados por cada um. Nesta fase de lançamento, são três os produtores aderentes: Batista’s by Pitada Verde, Quinta do Casal Monteiro e Quinta da Lagoalva.

Os Campo do Tejo Fernão Pires são vinhos acessíveis em termos de preço (PVP), que pode variar entre os €4,00 e os €5,50. O grande foco são os mercados de exportação, contudo, em Portugal vão estar disponíveis através dos canais de cada produtor, sendo também possível adquiri-los na loja da Rota dos Vinhos do Tejo: física, em Almeirim, e on-line, aqui.

Campo do Tejo Fernão Pires

O Campo do Tejo Fernão Pires é uma marca registada pela CVR Tejo, para um projecto que começou a ser pensado em 2020 – sendo que a pandemia, primeiro, e guerra na Ucrânia, de seguida, acabaram por atrasar a sua execução, criando até alguns entraves.

Tem como objectivo agregar valor às vinhas e uvas de Fernão Pires – que representam 35% do encepamento total da região –; dar a oportunidade a todos os seus agentes económicos de produzirem (mais) vinhos com a casta rainha da região dos Vinhos do Tejo; e valorizar o território e a sua economia local, através da produção de vinhos com selo de certificação de origem.

Fernão Pires é a casta branca mais plantada em Portugal, tendo maior expressão na região dos Vinhos do Tejo, com uma área de 4.500, de um total de 13.000 hectares de vinha. De notar que a versatilidade desta casta permite aos produtores do Tejo criarem vinhos de estilos bem diferentes: de espumantes a vinhos tranquilos, com ou sem madeira, mas também colheitas tardias, abafados e até aguardentes.

Esta plasticidade e o trabalho de promoção desenvolvido pela CVR Tejo têm gerado uma dinâmica muito interessante no que toca ao “nascimento” de novidades, sendo que os números falam por si: existem, actualmente, cerca de 60 monocastas de Fernão Pires do Tejo, 50% dos quais estreados desde 2020, na sua grande maioria de colheitas posteriores a 2018.

Identidade gráfica

A identidade gráfica do Campo do Tejo Fernão Pires abarca não apenas um, mas três rótulos distintos, que, no conjunto, revelam e realçam o traçado do Rio Tejo. O Tejo é a essência desta região, surgindo como um elo e uma âncora de quem nela habita. Não foi ao acaso que, em termos vitivinícolas, a denominação passou de Ribatejo (ainda chamada assim, ao nível do território) para Tejo. Assim, o Rio Tejo assume preponderância nesta identidade, traduzido em “ouro líquido” que serpenteia os campos agrícolas que modelam a paisagem de forma única, criando um puzzle muito característico, a revelar a abundância e riqueza da região.

Em cada rótulo, o destaque é dado à marca e categoria do produto, surgindo o nome do produtor na base da imagem, em jeito de assinatura e endorsement. Nota ainda para o facto de este ser um projecto com pressupostos de sustentabilidade: há uma garrafa única para todos os vinhos, de vidro branco e bastante leve, e os rótulos são produzidos com um papel específico, fabricado com 65% de fibra reciclada.

Após um concurso lançado pela CVR Tejo para a criação do rótulo, a ideia vencedora veio de um grupo de alunos de mestrado em design, da Universidade de Aveiro, tendo sido alvo de alguns afinamentos pela dupla de empresas de design Amphora e Brand 75, parceiros dos Vinhos do Tejo, em Inglaterra e em Portugal.

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