AGRICULTURA E MAR Revista do mundo rural e da economia do mar
Se perguntarem a alguém menos informado quantos depósitos deve ter um pulverizador para aplicação de produtos fitofarmacêuticos, a resposta imediata é que deve ter um. Para que serão necessários mais? No entanto, nos últimos vinte anos algo mudou em relação a isso e começaram a ser instalados mais dois depósitos. Numa sessão em que explicava a sua utilidade, alguém comentou: “Olhe, eu uso aquele depósito mais pequeno para levar o tinto para a bucha.”
Um pulverizador actual tem três depósitos. O de maior capacidade sempre existiu e serve para preparar e armazenar a calda, definindo o tipo de utilização que se faz da máquina e em que culturas. Depois existe um de tamanho médio, ligado ao circuito de bombagem de calda que deve ser mantido cheio com água limpa, para que a qualquer momento e em qualquer local se possa lavar todo o circuito e diluir restos de calda.
O depósito que o criativo aplicador utilizava para guardar vinho também deve levar apenas água. Desta vez água potável e que possa ser utilizada em caso de emergência ou para lavar a cara ou as mãos em caso de contaminação. Para que se o acidente acontecer a muitos metros de distância de casa possamos ter o que utilizar para nos poupar a um mal maior. Trazer sempre um estojo de primeiros socorros simples também ajuda. E já agora utilizar o equipamento de protecção individual adequado e em bom estado de conservação.
Mais absurdo do que trazer o depósito cheio com vinho é trazê-lo vazio. Muitas vezes o produtor compra uma das suas principais ferramentas, o pulverizador, e não se informa (nem é informado pelo fabricante ou distribuidor) das verdadeiras características. As questões de segurança são apenas uma delas. Características da bomba, do circuito, do ventilador e dos bicos são também, muitas vezes, desconhecidas. Desafio-vos a perguntar, junto do próximo pulverizador que encontrarem, pelo manual de instruções.
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