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Lições Aprendidas no âmbito do Incêndio Rural da Serra da Estrela reúne mais de 100 agentes do SGIFR

A vila de Lousã recebeu no passado dia 7 de Junho, no Centro de Operações Técnicas Florestais, na Lousã, uma acção de divulgação relativa às Lições Aprendidas no âmbito do Incêndio Rural da Serra da Estrela, realizada pela Subcomissão Nacional de Lições Aprendidas (SNLA), do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR). Mais de 100 agentes das entidades SGIFR estiveram presentes.

Esta sessão teve como objectivo transmitir aos mais de 100 agentes envolvidos das diversas entidades SGIFR (ANEPC, ICNF, GNR, FFAA, PJ, LBP, AGIF e IPMA), que participam na Comissão, as Lições e os processos que lhe deram origem, que estão a ser implementadas, e que se consideram com mais impacto para a campanha de combate a incêndios rurais de 2023, refere uma nota de imprensa da AGIF — Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais.

“Estas lições visam melhorar processos/desempenhos, sem procurar identificar culpados ou responsáveis por eventuais falhas”, salienta a mesma nota. Para a identificação das lições aprendidas foi usada a metodologia ODCR (Observação, Discussão, Conclusão e Recomendação), utilizada em todas as etapas, desde a observação à recomendação de uma acção correctiva.

Das 45 acções correctivas aprovadas pela Comissão, foram divulgadas pelas entidades responsáveis pelo seguimento da sua implementação, 14 nesta sessão, seleccionadas pelo seu impacto que poderão ter no desempenho durante a campanha 2023.

Os resultados do trabalho realizado demonstraram “o elevado potencial de capitalização do retorno de experiências em incêndios rurais, através da incorporação das análises nos processos de formação e treino”, frisa a AGIF.

Metodologia da NATO

A aplicação da metodologia da NATO, adoptada pelo SGIFR, permitiu “uma abordagem sistemática, uniforme e conjunta para a gestão de lições aprendidas em incêndios rurais, materializando assim o corolário do processo de melhoria contínua, evitando que os erros se repitam e promovendo a replicação de boas práticas”.

Acrescenta a mesma nota que as entidades presentes apresentaram, de acordo com as suas responsabilidades, as considerações mais relevantes que justificaram as acções recomendadas, bem como os aspectos atinentes à sua implementação, pretendendo-se reforçar a disseminação das lições aprendidas à escala regional e nacional, contribuindo para um modelo mais capacitado de governança do risco e uma gestão mais eficiente e integrada dos fogos rurais.

Lições aprendidas

Um das lições aprendidas apresentadas pela ANEPC — Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil referiu “um caso de turbulência de meio aéreo da asa rotativa (helicóptero), sobre áreas com combustão, e uma das conclusões verificadas foi que as áreas com combustão activa (com ou sem chama) são susceptíveis a projecções ou reactivações provocadas, nomeadamente, por aumento do fluxo do ar, devendo ser implementados procedimentos de operação que evitem estas situações, vertidos para acções de formação a ministrar aos pilotos que integram o dispositivo de combate”.

Já o ICNF — Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas transmitiu algumas conclusões, face à apresentação das lições aprendidas, nomeadamente da “importância da utilização precoce do conhecimento existente nas suas equipas de Gestão do Fogo Rural e relativo às características dos territórios, bem conhecidas por quem neles desenvolve trabalhos técnicos e operacionais durante todas as fases da cadeia de processos do SGIFR, como fundamental para a tomada de decisões e sucesso das intervenções nas áreas protegidas ou sob sua gestão”.

A Guarda Nacional Republicana (GNR) fez uma apresentação de sensibilização e enquadramento legislativo, particularizando o uso do fogo de supressão e referindo ainda situações como a utilização de outras formas de fogo (queimas e queimadas), o lançamento de balões e/ou foguetes, ou a utilização de maquinaria e equipamentos.

Por sua vez, o IPMA — Instituto Português do Mar e da Atmosfera centrou a sua intervenção no tema do FWI (Índice Meteorológico de Incêndio) e dos seis sub-índices que o integram, com a disponibilização na sua plataforma de índices diários, mas também horários para a maioria das estações meteorológicas, com a relevância da utilização destes últimos para suporte de decisões operacionais.

“Exemplo do compromisso”

“Esta acção de divulgação é um exemplo do compromisso das entidades envolvidas na implementação da capacidade de Lições Aprendidas, sendo um passo importante, até pela discussão gerada e recomendações propostas na sessão, que serão incorporadas no processo de implementação, já em curso, das acções correctivas, para a melhoria da segurança das populações e seus bens e da preservação do património natural”, refere a mesma nota da AGIF.

E realça que “pelos princípios adoptados e pelos primeiros resultados obtidos, este método assemelha-se como sendo aquele que maior potencial terá na identificação e implementação de oportunidades de melhoria no SGIFR, pela envolvência das entidades e dos seus agentes na identificação das mesmas, que são simultaneamente os que maior potencial e interesse terão na sua aplicação, podendo transformar, rapidamente, Lições Identificadas em Lições Aprendidas”.

Agricultura e Mar

 
       
   
 

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