A aposta na maior eficiência do uso dos recursos hídricos foi uma tónica no debate organizado pelo GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, dedica ao tema “Barragens: que futuro?”, que se realizou hoje, 28 de Maio, inserido no ciclo de conferências “Mesas redondas à volta da Terra”.
O presidente da Fenareg – Federação Nacional de Regantes de Portugal, José Núncio, marcou presença e fez questão de realçar que entre 2002 e 2016, o volume de água necessário para regar as terras agrícolas passou de 6.551 hm3 para 3.432 hm3, ou seja, menos 48%. “A melhoria das tecnologias e dos sistemas de rega está na origem desta evolução positiva, com a rega gota-a-gota a representar mais de metade da área regada em Portugal, o que coloca o País entre os mais avançados do Mundo, com uma eficiência média de 83% no regadio”.
Consumo de energia multiplicou por nove
Mas a eficiência dos agricultores não é suficiente. “Os agricultores têm feito o seu trabalho em termos de eficiência hídrica, mas à custa de um maior consumo de energia. Se o uso da água baixou para 1/4, o consumo de energia multiplicou por nove”, frisou José Núncio.
Para reduzir a factura energética e a pegada de carbono da agricultura a Fenareg defende o investimento em energias limpas (solar fotovoltaica) para bombagem da água nas redes de distribuição secundária (canais, condutas) e terciária (parcela agrícola). Algumas das associações de regantes filiadas na Fenareg já investiram em energias limpas, “casos-piloto de sucesso que devem ser replicados”.
Agricultura e Mar Actual