Editorial
A extinção das Direcções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP) foi um dos maiores erros, em termos agrícolas, do último governo socialista liderado por António Costa. Todas as competências passaram para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR). Uma ‘espécie’ de regionalização, sem Referendo.
Portugal acabou por ter um Ministério da Agricultura sem Florestas, sem Desenvolvimento Rural e sem Veterinária.
Esta foi uma das decisões de António Costa que levou ao desmantelamento do Ministério da Agricultura e levou o antigo ministro Capoulas Santos a não aceitar ser reconduzido na pasta.
Após a decisão de extinção das DRAP, todas as organizações de agricultores se mostraram contra. Até a CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal garantiu avançar com manifestações, logo no início de Setembro, a favor da restituição daquelas Direcções Regionais à tutela do Ministério da Agricultura.
Manifestações que não chegaram a acontecer, porque a própria CAP percebeu ser impossível que este processo voltasse atrás.
A verdade é que muitos dos funcionários das DRAP, integrados nas CCDR, passaram a ter um vencimento mais elevado. Ninguém quer ganhar menos.
Relembre-se que o agora primeiro-ministro, Luís Montenegro, prometeu antes das eleições legislativas anular a extinção das DRAP.
Agora, à frente do Executivo, Luís Montenegro descalçou esta bota dando a tutela do Ministério da Agricultura ao vice-presidente de cada CCDR. O que não é suficiente.
E não é suficiente pela simples razão de que os técnicos que faltavam nas DRAP para apoio aos agricultores, são os mesmos que faltam agora nas vice-presidências das CCDR.
Trata-se apenas de ‘política’, onde o Orçamento do Ministério da Agricultura está sempre no fim.