Uma aplicação para telemóveis permite, pela primeira vez, obter uma previsão actualizada das marés em tempo real e para os canais principais da Ria de Aveiro. Desenvolvida na Universidade de Aveiro (UA) para facilitar a navegação de pescadores, agentes de passeios turísticos ou de qualquer ‘marinheiro’ da ria, A app HidroRia funciona através de um smartphone, mas sem necessidade de acesso às redes móveis, e vai ajudar a evitar os frequentes encalhamentos das embarcações fruto do aumento da amplitude de maré e do assoreamento localizado de alguns canais, nomeadamente os de acesso a portos de recreio e piscatórios na laguna.
Desenvolvida pelos investigadores João Miguel Dias, Ana Picado, Carina Lopes e Renato Mendes, do Núcleo de Modelação Estuarina e Costeira do Departamento de Física (DFis) e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA, a HidroRia quer prestar um serviço aos utilizadores da Ria de Aveiro que “enfrentam enormes dificuldades de navegação através de vários canais da ria”, segundo os cientistas.
A aplicação, um projecto do Núcleo de Modelação Estuarina e Costeira do Departamento de Física, prepara-se, juntamente com mais de seis dezenas de projectos e protótipos, para marcar presença no espaço da Academia de Aveiro no TECHDAYS Aveiro 2016.
O TECHDAYS Aveiro 2016 conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa. De acordo com a organização, “trata-se de um importante e relevante apoio à segunda edição do TECHDAYS Aveiro 2016 que terá lugar nos dias 15, 16 e 17 de Setembro no Parque de Exposições de Aveiro”.
Como funciona a HidroRia?
As previsões efectuadas pela aplicação HidroRia baseiam-se em observações actuais da maré realizadas em diversas estações de amostragem permanente distribuídas pelos canais principais da laguna e cujos dados foram recolhidas no âmbito do projecto de Monitorização Hidrodinâmica da Ria de Aveiro em execução pela Administração do Porto de Aveiro.
A curto prazo, esta aplicação disponibilizará previsões dedicadas para a totalidade dos portos de recreio e piscatórios da Ria de Aveiro. “O conhecimento da maré para estes novos locais onde não é efectuada monitorização da maré resulta de previsões numéricas efectuadas a partir dos modelos hidrodinâmicos desenvolvidos para a laguna pelo Núcleo de Modelação Estuarina e Costeira”, aponta João Miguel Dias. Esta complementaridade entre previsões resultantes da monitorização em curso na Ria e de previsões de modelos hidrodinâmicos “traduz-se numa grande vantagem relativamente a outros meios onde está acessível este tipo de informação”.
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