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Suinicultores portugueses lideram consórcio europeu Welfarmers pelo fim das jaulas

A FPAS — Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores é a líder do consórcio Welfarmers, um projecto inserido no Programa Horizon Europe, que engloba 8 países da União Europeia representados por instituições de ensino superior, centros de investigação, organizações representativas do sector da suinicultura e órgãos de comunicação social.

Trata-se de um projecto dentro do capítulo Governance e destina-se à transferência de conhecimentos entre os suinicultores destes países no âmbito do bem-estar animal com especial enfoque no corte de caudas, castração e fim das jaulas, avança uma nota de imprensa da Federação.

Este consórcio, denominado de Welfarmers, apresentou a candidatura a uma call europeia dentro do programa Horizon Europe, que contempla ainda a criação de plataformas digitais para medir os níveis de bem-estar animal aplicado em vários países europeus, através da utilização de sistemas de integração de dados anteriormente utilizados na saúde humana, que vão permitir reforçar o bem-estar dos animais em toda a cadeia de produção de suínos, contribuindo assim para sistemas de produção sustentáveis, acrescenta a mesma nota.

A primeira reunião para o lançamento oficial do projecto é organizada pela FPAS e decorrerá no Montijo nos dias 7, 8 e 9 de Fevereiro.

David Neves, presidente da FPAS, refere que “embora a UE tenha os mais elevados padrões de bem-estar dos animais do Mundo, com a nova estratégia Farm to Fork, a UE pretende ir mais longe para ter uma cadeia alimentar mais sustentável e amiga do ambiente. Nesse sentido, os produtores de suínos europeus, conscientes da necessidade de melhorar os sistemas de produção, querem contribuir decisivamente para que que a estratégia Farm to Fork se torne uma realidade. Contudo, a implementação destas medidas exige investimento nas explorações a par de uma gestão eficiente, que só é possível com a adequação correcta das medidas a adoptar, onde a investigação terá um papel fundamental”.

Plataformas para quantificar nível de bem-estar dos animais

O projecto criará plataformas para quantificar o nível de bem-estar dos animais nas explorações pecuárias de diferentes países, monitorizar a evolução da adaptação dos produtores às novas normas de bem-estar dos animais (barreiras e soluções) e avaliar os impactos socioeconómicos ao longo da cadeia de abastecimento e garantir a sustentabilidade dos produtores, manter os empregos no sector e a competitividade com países terceiros que não oferecem os mesmos padrões de bem-estar animal e segurança dos alimentos para animais, realça a FPAS.

O estudo centrar-se-á apenas numa espécie, os suínos, para maximizar o progresso com os recursos disponíveis, mas servirá, posteriormente, de modelo para outros sectores pecuários da União Europeia (UE).

Na base da motivação dos Welfarmers “está o bem-estar dos animais nas explorações, que só poderá fazer progressos significativos se representar todos os aspectos da sustentabilidade; os aspectos sociais (bem-estar humano e animal), os aspectos ambientais (emissões) e os aspectos económicos (viabilidade económica das explorações agrícolas)”, realça a Federação.

“Esta abordagem única de bem-estar tem o envolvimento sem precedentes das organizações de produtores a partir da concepção do projecto, o que resultará num projecto RIA (Research and Innovation Action)”, frisa a FPAS.

É com estes pressupostos que surge o projecto Welfarmers que terá como procedimento a constituição de pequenos grupos para recolha de toda a informação referente às melhores práticas de maneio que no levam a melhorar o bem-estar nas nossas explorações.

O coordenador do projecto, António Tavares, salienta que “as condições de produção são diferentes do Norte para o Sul da Europa devido a vários factores, como o clima, a estrutura de produção e os impactos das alterações climáticas. No entanto, estas diferenças não podem justificar diferentes níveis de bem-estar no espaço europeu e a investigação deve ser capaz de fornecer soluções para alcançar uma homogeneidade. É fundamental investigar novas técnicas de produção e divulgar os resultados de todos os produtores europeus para atingir este objectivo comum, considerando as diferentes realidades dos sistemas de produção na UE”.

O projecto tem a duração de 3 anos e início em 1 de Janeiro de 2024 e tem um budget total de 3 milhões de euros e a FPAS é a entidade coordenadora com a responsabilidade do controlo de todo o processo.

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