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Presidente da AGIF: objectivo é “manter uma média anual de área ardida nos 60 mil hectares”

Os incêndios florestais não são um exclusivo de Portugal. São cada vez mais frequentes nos países do Sul da Europa, incluindo a região mediterrânica de França, onde, em Agosto de 2022, o ministro do Interior se mostrava “extremamente preocupado” por, desde o inicio do Verão, já ter ardido uma área superior a 40 mil hectares em todo o país. A maior área ardida em mais de 15 anos, num país com 543.965 km², onde as florestas ocupam 28% do território, quase 16 milhões de hectares.

Este valor “alarmante para França” de 40 mil hectares ardidos num ano, não parece ter o “mesmo valor” para os decisores políticos portugueses.

Na conferência de imprensa, de 7 de Julho, de apresentação do Relatório de Actividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais de 2022, o presidente da AGIF — Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais, Tiago Oliveira, salientou que “o objectivo para o futuro passa por manter uma média anual de área ardida nos 60 mil hectares, apoiar uma gestão activa dos recursos florestais, melhorar a regulação desses mesmos recursos, e, sobretudo, conseguir “reduzir para 80% o número de incêndios”, ou seja, cerca de 5 mil incêndios por ano”.

E, segundo fonte institucional do ICNF — Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Tiago Oliveira salientou ainda que “o que é desejável é que nós consigamos manter este sentido de urgência, manter a aposta da prevenção, não a cair na armadilha do combate”, apesar de admitir que “os recursos de combate são sempre relevantes”.

“Alcançado o grande objectivo depois da catástrofe de 2017”

Segundo o Relatório de Actividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais de 2022, no seu “Balanço ‘22 e Evolução – 2018-2022“, “foi alcançado o grande objectivo depois da catástrofe de 2017” — ano do incêndio de Pedrógão —, sendo este o “resultado do trabalho em estreita colaboração com a população” para: garantir o aviso atempado em caso de perigo; assegurar a rotina de evacuação a tempo; comunicar as melhores práticas de segurança; manter as vias de circulação limpas; envolver os proprietários na limpeza de vegetação em redor das suas habitações; e assegurar que são conhecidas as medidas de auto-protecção em caso de incêndio.

Adianta o mesmo Relatório que “após 2017, houve uma diminuição significativa do número de incêndios por uso do fogo nos meses de Verão, sendo as causas acidentais aquelas que menos diminuíram. Nestes meses, o incendiarismo passou a ser a principal causa”.

A taxa de incêndios nos dias mais perigosos, em 2022, “foi metade da média histórica. Houve, em 2022, mais 5 dias de maior perigo, num total de 60”.

Objectivos

Quanto a objectivos, o Relatório dedica-se ao tema “Onde temos de estar daqui a 5 anos para evitar o desastre”. E a resposta é a mesma do presidente da AGIF: “60.000 ha/ano de área ardida” e “redução de 80% do número de incêndios”.

Um objectivo conseguido, em parte, através de “proprietários mobilizados para gerir os seus activos de forma agregada, canalizando poupanças e fundos do PT 2030 e PAC [Política Agrícola Comum] para a gestão das florestas”. Isto numa altura em que o Centro Pinus — Associação para a Valorização da Floresta de Pinho publicou um relatório que alerta para o insucesso do Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 (PDR 2020) na gestão da floresta portuguesa e na prevenção de incêndios: 1.293 candidaturas (60%) não tiveram dotação orçamental.

Fonte: AGIF

O Relatório de Actividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais de 2022 pode ser consultado aqui.

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