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Nova unidade de biorresíduos da Tratolixo permite produção de 15 mil toneladas de composto orgânico agrícola

A Tratolixo — Tratamento de Resíduos Sólidos, empresa intermunicipal responsável pelo tratamento de resíduos urbanos, inaugurou hoje, 26 de Julho, a Unidade de Tratamento Mecânico com Separação Óptica Automática de Sacos com Biorresíduos, situada no Ecoparque de Trajouce, em Cascais. Trata-se de um investimento de 10 milhões de euros que permite aumentar a produção de composto para aplicação na agricultura de 10 mil toneladas para 15 mil toneladas. 

“Através desta nova Unidade de Tratamento Mecânico de Biorresíduos iremos aumentar a produção de composto para aplicação na agricultura , que, actualmente é cerca de 10 mil toneladas de composto, para uma produção de 15 mil toneladas. O correctivo composto produzido, Campo verde Premium, até agora, tem uma categoria que permite a sua aplicação em culturas agrícolas arbóreas e arbustivas, nomeadamente pomares, olivais e vinhas e espécies silvícolas e o principal cliente pertence ao sector vinícola”, diz a administração da Tratolixo em declarações à Revista Agricultura e Mar.

Presidente do conselho de administração da Tratolixo, Nuno Soares

E adianta que o “objectivo com esta unidade passa também por, à medida que a recolha de biorresíduos aumente, a qualidade e a quantidade de composto seja cada melhor e passível de utilização na agricultura biológica e, portanto, extensível a uma maior panóplia de agricultores”.

A nova unidade está integrada numa operação conjunta de 10 milhões de euros (que engloba ainda uma nova portaria operacional e o aumento da capacidade da Central de Digestão Anaeróbia) e representa um investimento de 5 milhões de euros, com o co-financiamento do POSEUR em 85%.

Capacidade anual para tratar 300 mil toneladas de resíduos

A nova Unidade de Tratamento Mecânico com Separação Óptica Automática de Sacos com Biorresíduos tem uma capacidade anual para tratar 300 mil toneladas de resíduos, o que significa a duplicação da capacidade de tratamento, adianta uma nota de imprensa da empresa.

Esta unidade permitirá a recuperação dos sacos verdes contendo os biorresíduos alimentares devidamente separados pelos munícipes de Cascais, Oeiras, Mafra e Sintra, sendo um contributo fundamental e estratégico para a redução da deposição dos resíduos urbanos em aterro e capacitar a Tratolixo para tratar a totalidade de biorresíduos produzidos nos referidos concelhos.

Os biorresíduos separados no Ecoparque de Trajouce, em Cascais, são encaminhados para valorização orgânica na Central de Digestão Anaeróbia (CDA), em Mafra, onde a matéria biodegradável é transformada em biogás e em lama digerida. O gás é aproveitado e transformado em energia eléctrica, sendo posteriormente injectada na Rede Eléctrica Nacional (REN) e a lama digerida é estabilizada por compostagem, dando origem a composto que pode ser utilizado em culturas agrícolas arbóreas e arbustivas.

A CDA foi igualmente ampliada para dar resposta à totalidade dos biorresíduos alimentares a tratar, aumentando a sua capacidade de tratamento biológico de 80 para 120 mil toneladas por ano.

“Este investimento reforça o nosso compromisso de assegurarmos a valorização dos resíduos recolhidos. A nova unidade é um contributo fundamental e estratégico que evita o desperdício dos biorresíduos e permite contribuir para o aumento das taxas de reaproveitamento e reciclagem. Poderemos, assim, aumentar a nossa capacidade de produção de biogás e de energia eléctrica que injectamos continuamente na rede eléctrica nacional, bem como de composto orgânico de qualidade para aplicação na agricultura”, afirma o presidente do conselho de administração da Tratolixo, Nuno Soares.

Pioneira no tratamento de biorresíduos 

Recorde-se que a recolha selectiva de biorresíduos é obrigatória em Portugal desde Janeiro de 2024 e a Tratolixo foi pioneira na separação destes resíduos, tendo, em articulação com os Municípios da sua área de actuação, Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra, iniciado em 2019, 4 projectos-piloto que, no seu total abrangeram mais de 20 mil famílias.

Actualmente, o projecto foi alargado e está disponível em toda a área geográfica dos 4 Municípios, o que contribuiu para registar, em 2023, o total de 61 mil 205 toneladas de recolha de biorresíduos, representando um aumento de 9,4% face a 2022. A recolha selectiva de biorresíduos em saco óptico já permitiu a recolha de 4 mil toneladas apenas por esta via, um aumento de 250% face a 2022.

A Tratolixo trata anualmente mais de 470 mil toneladas de resíduos urbanos produzidos pelos habitantes dos municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra. Os seus investimentos são constantemente orientados para reforçar a aposta contínua no recurso a novas tecnologias, garantindo Inovação e Desenvolvimento, das quais se destacam a operacionalização da Central de Compostagem de Resíduos Verdes de Trajouce e o Projecto de Recolha Selectiva de Biorresíduos em Saco Óptico.

Agricultura e Mar

 
       
   
 

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