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JMJ. CAP condena apelo ao vegetarianismo por “entidades totalmente alheias à área alimentar”

A polémica assolou esta semana a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 depois de uma notícia do Expresso garantir que a organização sugere aos peregrinos serem vegetarianos para compensar viagem de avião”. Sugestão essa que estaria mesmo inscrita no Manual do Peregrino, o qual, no entanto, ainda não foi sequer publicado e na verdade recomenda mesmo a compra de produtos locais.

Na verdade, a notícia do Expresso refere-se não ao Manual do Peregrino mas ao Manual da Pegada de Carbono do calculador de pegada carbónica do peregrino, desenvolvido pela Novo Verde — Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens.

É neste sentido que a direcção da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal “insta entidades responsáveis pela recolha e reciclagem de embalagens e outros resíduos que desenvolveram ‘calculadora de medição de pegada carbónica’ para a JMJ a limitarem-se a fazer bem o trabalho que lhes compete no combate à poluição e à redução de emissões, ao invés de efectuarem recomendações alimentares absurdas, sem fundamentação científica e alheias à sua área de actividade, que podem originar consequências graves para a saúde e desenvolvimento físico e cognitivo dos jovens”.

“Foi com enorme surpresa que a CAP tomou conhecimento da existência de um ‘Manual do Peregrino’, produzido para os participantes da Jornada Mundial da Juventude, que sugere – com base numa ‘calculadora de medição de pegada carbónica’ desenvolvida por entidades totalmente alheias à área alimentar – que os jovens se tornem vegetarianos durante um ano como forma de compensarem as emissões de carbono resultantes da sua deslocação em avião ao nosso País”, refere um comunicado de imprensa da Confederação.

E realça temer que “esta recomendação – feita sem qualquer cuidado ou contexto por estas duas entidades, e disponibilizada no ‘Manuel do Peregrino’ – que é contrária ao direito universal básico a uma alimentação nutritiva e equilibrada, possa induzir os jovens a adoptarem um comportamento alimentar extremo e radical com consequências que podem ser graves para a sua saúde e desenvolvimento físico e cognitivo, sobretudo naqueles que ainda não atingiram a idade adulta”.

A CAP apela, assim, novamente, à organização da JMJ, desta vez publicamente, para que “tome a única atitude responsável e elimine esta sugestão absurda e radical, na documentação que disponibiliza aos peregrinos”.

Agenda animalista

E solicita mesmo que as entidades que efectuaram a sugestão “a eliminem por completo, ou que a substituam por exemplos que conhecem, da sua própria área de actividade, essa sim que enfrenta verdadeiros problemas
ambientais, em vez de proporem o fim do consumo alimentar de carne durante um ano, conselho contrário à evidência científica e à promoção da saúde pública”.

“Manter a sugestão de que a adopção do vegetarianismo por um ano compensará emissões produzidas numa viagem de ida e volta de avião, e que isso vai melhorar o ambiente seria de uma enorme irresponsabilidade e representaria uma subordinação incompreensível a uma agenda animalista”, adianta o mesmo comunicado.

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