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INE. Rendimento dos agricultores cai 12% em 2022

O Instituto Nacional de Estatística (INE), de acordo com a primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura para 2022, prevê que o rendimento da actividade agrícola, em termos reais, por unidade de trabalho ano, registe um decréscimo acentuado, de menos 11,8%, situação que não ocorria desde 2011.

Para esta evolução, dizem os técnicos do INE, “foi determinante o decréscimo do Valor Acrescentado Bruto (VAB) (-10,7%). Note-se que, em 2022, terá persistido e mesmo agravado o diferencial positivo de crescimento entre os preços de produtos de consumo intermédio e os preços da produção (ver gráfico com a tesoura de preços)”.

Isto, apesar de o INE estimar que, em 2022, os subsídios pagos ao produtor agrícola registem um valor 2,6% superior ao do ano transacto”, segundo a informação disponibilizada pelo IFAP — Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas.

Por um lado, acrescenta o INE nas suas “Contas Económicas da Agricultura – 1.ª Estimativa”, a actividade agrícola “enfrentou dificuldades excepcionais ao nível climático (o ano mais quente desde 1931), por outro, em consequência do contexto internacional da guerra na Ucrânia, assistiu-se a aumentos pronunciados dos preços (com destaque para os cereais, energia e outros produtos utilizados na actividade agrícola)”.

Exportações crescem 30,5% até Outubro

Refere ainda o INE que as exportações de produtos agrícolas, no período de Janeiro a Outubro de 2022, registaram um aumento de 30,5% face ao período homólogo, enquanto as exportações totais de bens aumentaram 25,2%. No mesmo período, as importações de produtos agrícolas aumentaram 32,2%, um acréscimo menos intenso que o das importações totais de bens, 35,7%.

Acrescenta a primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura para o ano de 2022 que “em 2022, o Rendimento da actividade agrícola por unidade de trabalho ano (UTA), em termos reais deverá registar um acentuado decréscimo em termos reais (-11,8%). A redução nominal do Valor acrescentado bruto (VAB) (-10,7%) foi determinante nesta evolução, uma vez que os Outros subsídios à produção deverão aumentar (+1,9%) e o Volume de mão-de-obra agrícola (VMOA) deverá diminuir 1,6%”.

Segundo os técnicos do INE, “a redução nominal do VAB resulta de um aumento do consumo intermédio muito superior ao aumento da produção do ramo agrícola (+18,7% e +7,8%, respectivamente), reflectindo um crescimento acentuado dos preços implícitos. Em termos reais, perspectiva-se um decréscimo menos acentuado do VAB (-3,6%), reflectindo uma redução em volume da produção (-5,2%) menos pronunciada que a do consumo intermédio (-6,2%)”.

Pode ler as Contas Económicas da Agricultura (CEA) para o ano de 2022 aqui.

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