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Centros de Competências agrícolas “devem ser considerados” no Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-30

São quinze os Centros de Competência que subscrevem um documento conjunto no âmbito da consulta pública à Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030, elaborada pelo Prof. António Costa Silva, que terminou hoje, 21 de Agosto.

Os responsáveis por aqueles Centros de Competências consideram que “o Plano de Recuperação Económica agora apresentado deve assim e em nossa opinião, contemplar um grande projecto nacional para completar as infra-estruturas tecnológicas e de gestão, nomeadamente das escolas, universidades, institutos politécnicos e centros tecnológicos e de investigação”.

O apoio financeiro a estas estruturas e à implementação das suas Agendas de Investigação e de Inovação deverá constituir uma prioridade do nosso País, tendo em vista continuar a estratégia de modernização da agricultura e da floresta portuguesa, sendo também fundamental apoiar a modernização de algumas das infra-estruturas existentes em muitos destes Centros

E realçam que é, assim, “muito importante dar toda a atenção às instituições e protagonistas capazes de executar os projectos de I&D, de os ligar às empresas e de potenciar as suas aplicações na economia e na valorização da produção nacional”. Tendo por base este ponto do plano de recuperação, “é obrigatório considerar o papel fundamental e a enorme relevância que os Centros de Competências têm tido e vão continuar a ter” no envolvimento das empresas e na elaboração das prioridades de investigação orientadas para as metas e objectivos económicos das mesmas.

Desenvolvimento das fileiras

No documento, pode ler-se que contribuindo os Centros de Competências para o desenvolvimento das fileiras em que se integram, “parece-nos fundamental que estas estruturas devam ser consideradas no grande projecto nacional das infra-estruturas tecnológicas de gestão, que se encontram distribuídas por todo o País”.

Explicam ainda os responsáveis por aqueles 15 Centros de Competências que a inovação e a investigação “revelam-se fundamentais para o sector agro-florestal nacional se adaptar aos novos desafios que lhe são colocados tanto no âmbito da nova Política Agrícola Comum (PAC), como na produção de alimentos e matérias-primas que são produzidos, transformados e exportados pelo nosso País”.

Por outro lado, a partilha de informação entre os diversos agentes do sector agro-florestal “é essencial, ao facilitar a transferência e a divulgação do conhecimento junto do público-alvo a que se destina, seja ele agricultores, produtores florestais, docentes, investigadores ou técnicos da administração pública e privada”.

Os Centros de Competências, como estruturas que agregam os produtores, a indústria, o sistema científico e tecnológico nacional e as autarquias, “têm-se revelado determinantes para alcançar a necessária competitividade e sustentabilidade sócio-económica do sector agro-florestal nacional, revelando-se fundamentais na transferência de conhecimento entre os centros de investigação e os produtores nacionais”, frisam aqueles responsáveis.

E garantem que as infra-estruturas tecnológicas – centros de competências e outras estruturas de interface – “têm apoiado o crescimento da produtividade e da competitividade das empresas portuguesas, em particular das PME, que têm dificuldade em desenvolver projectos de I&D isoladamente”.

Os 15 subscritores:

Centro Nacional de Competências das Culturas do Milho e Sorgo (InovMilho)

Sede: INIAV – Estação Experimental António Teixeira (Coruche)

Missão: o Centro Nacional de Competências das Culturas do Milho e Sorgo (InovMilho) tem como missão promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da fileira do milho e sorgo, na sua vertente sócio-económica, formativa, técnica e ambiental, pela via da cooperação institucional com vista ao reforço da investigação, da inovação e da promoção das boas práticas agrícolas e da transferência e divulgação do conhecimento.

Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Sector Agroflorestal (CNCACSA)

Sede: INIAV – Estação Nacional de Melhoramento de Plantas (Elvas)

Missão: o Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Sector Agroflorestal (CNCACSA) tem como missão a Inovação, o Desenvolvimento e a Investigação (I&D&I) para identificar a descrição dos cenários climáticos no país, avaliação da capacidade de resposta e da vulnerabilidade das alterações climáticas e desenvolver e avaliar medidas de mitigação e adaptação perante a necessidade de garantir a sustentabilidade da agricultura e floresta portuguesa.

Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional – Centro de Competências (COTHN-CC)

Sede: Centro de Formação, da Estação de Fruticultura Vieira Natividade (Alcobaça)

Missão: promover o desenvolvimento da fileira hortofrutícola nacional, especialmente através da investigação aplicada, melhoria do nível de conhecimentos no sector, aprofundamento da cooperação e das parcerias nas áreas da tecnologia e da organização. Pretende promover uma maior aproximação entre as empresas e a investigação, bem como entre entidades públicas e entidades privadas. Em termos de objectivos específicos destaca-se: a) Elaboração da Agenda de Investigação e inovação para a fileira, promovendo a participação na investigação aplicada; b) Elaborar estudos e planos de desenvolvimento integrado do sector; c) Formar técnicos e dirigentes, em matérias tecnológicas e organizativas; d) Fornecer assistência ao marketing e gestão das entidades associadas;

Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio – Centro de Competências para o Regadio Nacional (COTR)

Sede: Quinta da Saúde (Beja)

Missão: o Centro de Competências para o Regadio Nacional tem como missão promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da fileira do regadio, na vertente técnica, experimental, formativa, económica e ambiental, pela via da cooperação institucional, com vista ao reforço da investigação, da inovação e da promoção das boas práticas agrícolas e de transferência e divulgação do conhecimento.

Centro Nacional de Competências dos Cereais praganosos, Oleaginosas e Proteaginosas (CerealTech)

Sede: Av. Heróis do Ultramar, nº56 (Évora)

Missão: o CerealTech tem como missão identificar, seleccionar e recolher informação científica relevante sobre inovação e investigação aplicada à fileira dos cereais, oleaginosas e proteaginosas; definir a agenda de inovação do sector; privilegiar o trabalho em rede e a integração da fileira; e transferir, valorizar e disseminar a informação. Pretende assim contribuir positivamente para a inovação na fileira; incorporar o conhecimento nas empresas e organizações do sector agrícola; articular os resultados com os responsáveis pela gestão das políticas públicas; e promover a sustentabilidade do sector agrícola, o desenvolvimento dos meios rurais e a coesão territorial.

Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS)

Sede: Edifício do Brigantia EcoPark, Avenida Cidade de León, N.º 506 (Bragança)

Missão: o CNCFS pretende servir a fileira portuguesa associada aos frutos secos, aportando mais valor às suas operações, através de articulação com entidades nacionais e internacionais capazes de elevar o nível de conhecimento existente. Promover o desenvolvimento do sector dos frutos secos em Portugal, nomeadamente a castanha, a amêndoa, a noz, a avelã, a alfarroba e o pistácio, pela via do reforço da investigação, da promoção da inovação e da transferência e divulgação do conhecimento.

Centro de Competências da Apicultura e Biodiversidade (CCAB)

Sede: Centro de Apoio Tecnológico Agro-Alimentar (Castelo Branco)

Missão: o Centro de Competências da Apicultura e da Biodiversidade (CCAB) tem como missão promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da fileira apícola, nas vertentes sócio-económicas, formativa, técnica e ambiental através do aumento da rentabilidade das explorações apícolas, da promoção da protecção de um dos principais insectos polinizadores (Apis melifera), da promoção da prática apícola extensiva praticada em Portugal, da promoção da adesão dos produtores apícolas a sistemas de qualidade certificados e da promoção de uma estratégia de investigação para todo o sector apícola focando os principais constrangimentos, numa perspectiva de incremento da produção, valorização, inovação e comercialização dos produtos da colmeia.

Centro de Competências para o Tomate Indústria (CCTI)

Sede: Quinta das Pratas (Cartaxo)

Missão: servir a fileira portuguesa associada ao tomate-indústria, aportando mais valor às suas operações, através da articulação com entidades nacionais e internacionais capazes de elevar o nível de conhecimento existente.

Centro de Competências da Luta Contra a Desertificação (CCDESERT)

Sede: Rua do Município n.º 12 (Alcoutim)

Missão: o Centro de Competências na Luta Contra a Desertificação tem como missão promover o desenvolvimento e sustentabilidade do combate à desertificação pela via do reforço da investigação, da formação, da capacitação, da promoção da inovação e da transferência e divulgação do conhecimento.

Centro Operativo e Tecnológico do Arroz – Centro de Competências (CotArroz-CC)

Sede: Paúl de Magos (Salvaterra de Magos)

Missão: o COTARROZ – CC tem como missão a promoção do desenvolvimento da fileira orizícola através da investigação aplicada, da melhoria do nível de conhecimentos no sector, do aprofundamento de parcerias e da dignificação e qualificação dos agentes e produtos.

Centro de Competências do Pinheiro Manso e Pinhão (CCPMP)

Sede: Mata Nacional de Valverde (Alcácer do Sal)

Missão: o CCPMP tem como missão promover o desenvolvimento e sustentabilidade da fileira do pinheiro manso pela via do reforço da investigação, da promoção da inovação e das boas práticas silvícolas e da transferência e divulgação do conhecimento.

Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça (CCSC)

Sede: Observatório do Sobreiro e da Cortiça (Coruche)

Missão: o CCSC tem como missão promover o desenvolvimento da fileira da cortiça portuguesa pela via do reforço da investigação, da promoção da inovação e das boas práticas suberícolas e da transferência e divulgação do conhecimento.

Centro de Competências da Caprinicultura (CCC)

Sede: Vila Nova de Poiares (Coimbra)

Missão: o Centro de Competências da Caprinicultura (CCC) tem como missão promover o desenvolvimento e sustentabilidade da fileira da caprinicultura, em Portugal, pela via do reforço da investigação, da promoção da inovação e das boas práticas na produção de caprinos e da transferência e divulgação do conhecimento (estado o presente contributo integrado no Plano de Acção do CCC e na Proposta de Reestruturação do sector).

Centro de Competências do Porco Alentejano e do Montado (CCPAM)

Sede: Rua de Armação de Pêra n.º 2 (Ourique)

Missão: a) Agregar os diferentes protagonistas (produtores, transformadores, investigadores, nutricionistas, consumidores) relacionados com a fileira do porco alentejano; b)Estimular a investigação aplicada, a experimentação e a inovação ao nível da produção primária, da transformação, da comercialização, dos consumidores e da nutrição, tendo em conta que a carne e os produtos derivados e do porco de montanheira sempre fizeram parte da Dieta Mediterrânica; c)Transferência de conhecimentos e tecnologias para as empresas do sector; d)Analisar os constrangimentos e necessidades dos agentes económicos ao longo da fileira; e) Salvaguardar no montado, enquanto elemento essencial na preservação da Natureza, no ordenamento do território nacional e na sustentabilidade rural; f)Prestação de serviços de valor acrescentado, nomeadamente, a organização de congressos, seminários, colóquios, reforço da competência dos quadros dos agentes económicos que integram a fileira; g) Ligar os agentes económicos e os negócios a entidades internacionais que possam alavancar o desenvolvimento nacional da fileira na área estratégica.

Centro de Competências da Agricultura Biológica e dos Produtos em Modo de Produção Biológico (CCBIO)

Sede: Rua Luís de Almeida e Albuquerque n.º 2-4 (Serpa)

Missão: A associação CCBIO terá como missão implementar o CCBIO e promover o desenvolvimento sustentável e competitivo no sector da Agricultura Biológica e dos Produtos no Modo de Produção Biológico, nos domínios técnico-científico, ambiental, socioeconómico e formativo.

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