Apesar do significativo aumento da cotação do milho no mercado internacional, que nos últimos dez meses quase duplicou (em resposta a uma crescente procura e a perspectivas pouco animadoras para a produção no Brasil e Argentina), as previsões, a 31 de Maio, do Instituto Nacional de Estatística (INE), apontam para uma manutenção da área instalada (81 mil hectares).
Para esta situação terá contribuído não só o desfasamento temporal entre as variações de valorização desta commodity agrícola e a resposta dos produtores do lado da oferta mas também o aumento da área de tomate para a indústria, cultura que concorre com o milho na definição da ocupação cultural de muitas parcelas e que terá sido preferida por também apresentar perspectivas altistas dos preços nesta campanha.
Acrescentam os técnicos do Instituto Nacional de Estatística que os trabalhos de preparação do solo e sementeira do milho, que decorreram ao longo de Abril e Maio e, em alguns casos, prolongados pelo início de Junho, decorreram sem incidentes, sendo que as searas mais precoces (já no estado fenológico joelheiro) apresentam povoamentos homogéneos e boa coloração.
Maio quente e muito seco
O mês de Maio caracterizou-se, em termos meteorológicos, como quente e muito seco. A temperatura média do ar, 16,2ºC, foi 0,5ºC superior à normal 1971-2000. Quanto à precipitação, o valor médio de 32,8mm corresponde a um desvio de -38,4mm face à normal (-54%). De referir que, em dezassete dos últimos vinte anos, o mês de Maio registou valores médios de precipitação inferiores à normal. Salienta-se a ocorrência, no dia 31 de Maio, de aguaceiros fortes, queda de granizo e trovoada, em alguns locais das regiões da Beira Alta e Trás-os-Montes.
Agricultura e Mar Actual