O presidente da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores alertou para o colapso em breve do sector, pedindo medidas de reestruturação do crédito a curto prazo e a isenção da Taxa Social Única.
“O sector está à beira do colapso”, salientou Vitor Menino, acrescentando que os empresários “estão a perder 30 euros por cada animal” que entra no mercado, o que “é incomportável”, pode ler-se na página de Internet da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal.
Por isso, o presidente da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) pede uma “resolução rápida” para o problema do sector, que é responsável por “200 mil empregos directos”, sublinhando que “não há tempo para esperar”.
“Em consequência da dramática situação que o sector da suinicultura atravessa”, os empresários do sector reuniram-se em plenário, de onde saíram várias reivindicações que serão apresentadas ao ministro da Agricultura, numa reunião agendada para a próxima sexta-feira.
Uma das exigências apresentadas na reunião é “exigir medidas que permitam a reestruturação do crédito a curto prazo, de modo a que os suinicultores possam beneficiar de um período de dez anos para o seu pagamento com dois anos de carência”.
Os empresários vão ainda solicitar ao ministro da Agricultura que “pressione a Comissão Europeia no sentido de iniciar, no imediato, reuniões técnicas com as autoridades russas, de forma a pôr fim ao embargo russo à carne de porco europeia”. Será também exigida a “assinatura urgente do contrato de exportação da carne de porco portuguesa para a China e para a Coreia do Sul”.
Críticas a Assunção Cristas
Vítor Menino lamentou que a “ex-ministra da Agricultura se tenha esquecido das suiniculturas quando isentou o sector do leite da Taxa Social Única (TSU)”. “Exigir o reforço das acções de fiscalização e a publicação imediata do decreto-lei regulamentador da rotulagem de carne” é outra das reivindicações dos empresários, que pretendem ainda requerer ao ministro “que se bata junto da Comissão Europeia pela subsidiação dos excedentes de gorduras e subprodutos de matadouro para serem vendidos para biodiesel”.
Isentar o sector da taxa do Sistema Integrado de Recolha de Cadáveres e do Imposto Sobre Imóveis, pelo período de um ano, e garantir a manutenção do Gabinete de Crise “na defesa e promoção das acções que visem a defesa intransigente do sector e o direito do consumidor à informação”, são também medidas pedidas, assim como o reforço do controlo anti-dumping.
O porta-voz do Gabinete de Crise, João Correia, acrescentou que o sector tem um valor de 600 milhões de euros. “Neste momento, perdemos sete milhões e meio de euros por mês” adiantou.
João Correia frisou que, “além da gravidade económica do sector, se o colapso da suinicultura for uma realidade, para daqui a 15 ou 30 dias, não será só um problema económico, mas sim, e mais grave, um problema social”, porque “90% das pessoas” que trabalham no sector “também habitam nas explorações”.
Agricultura e Mar Actual