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The Good Growth Plan da Syngenta consegue aumentar produtividade das culturas e reforçar a agricultura de conservação

A Syngenta apresentou ontem, 25 de Fevereiro, os resultados do seu plano de compromissos com a agricultura sustentável em Portugal – “Good Growth Plan”-, bem como os novos objectivos com que a empresa se compromete até 2025. O novo plano implica um investimento total de 2.000 milhões de dólares em inovação para uma agricultura sustentável. Assistiram à sessão virtual mais de 100 participantes.

Desde a sua primeira edição em 2013, o The Good Growth Plan conseguiu em Portugal e Espanha um aumento de 20% na produtividade de culturas como a cevada; 499.544 hectares de terras sob práticas de agricultura de conservação; 66.638 hectares implementados em projectos de extensão da biodiversidade e formação de 55.438 agricultores.

Felisbela Torres de Campos, responsável de Registo & Business Sustainability da Syngenta Portugal, enquadrou o Good Growth Plan “num contexto em que há uma clara aposta na sustentabilidade agrícola em toda a Europa, plasmada na Política Agrícola Comum dos últimos 10 anos, onde a inovação e a tecnologia já não se centram exclusivamente na produtividade das explorações agrícolas, mas visam também a sua sustentabilidade a médio e longo prazo. Na realidade, todas as novas estratégias europeias, como o “Pacto Ecológico”, “Do prado, ao prato” e inclusive a PAC, colocam, tal como nós, a sustentabilidade no centro da sua actuação”.

Neste sentido, Felisbela Torres de Campos sublinhou que a Syngenta se vem adaptando a esta realidade, há vários anos, com a execução desde 2013 do seu plano de compromissos com a sustentabilidade “The Good Growth Plan”, que está perfeitamente alinhado com as novas estratégias europeias e tem na sua génese a aposta na inovação e na introdução de novas tecnologias no campo.

Resultados de  7 anos “The Good Growth Plan”

Por sua vez, Robert Renwick, Country Head Iberia da Syngenta, afirmou que foram cumpridos a nível mundial praticamente todos os objectivos propostos para 2020 e em particular em Portugal e Espanha, onde os progressos alcançados na rede de quintas modelo do “The Good Growth Plan” se destacam em quatro áreas-chave: a produtividade, a protecção dos solos e da água; a formação dos agricultores e a biodiversidade.

Robert Renwick lembrou que estes bons resultados só foram possíveis graças à colaboração de todo o sector: desde as empresas agrícolas, que apostaram nestes projectos em prol da sustentabilidade; aos distribuidores, que são a peça-chave na ligação com os agricultores e os ajudam a implementar os projectos; passando pelos técnicos e equipa comercial; até às organizações de agricultores, como a CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal), a Anpromis (Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo), a ANPOC (Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas) e a Apsolo (Associação Portuguesa de Mobilização de Conservação do Solo), e também universidades, como o Instituto Superior de Agronomia, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Universidade de Évora, Universidade de Coimbra, Escolas Superiores Agrárias e ainda organismos públicos agrícolas, como as Direcções Regionais de Agricultura.

O novo Good Growth Plan para 2025

A Syngenta compromete-se com este novo plano a investir 2.000 milhões de dólares em agricultura sustentável e a pôr à disposição dos agricultores duas tecnologias disruptivas por ano. Os novos compromissos dividem-se em quatro áreas de actuação: acelerar a inovação para os agricultores e o meio ambiente; trabalhar para uma agricultura neutra em carbono; promover a segurança e a saúde das pessoas; e estabelecer parcerias para travar o impacto das alterações climáticas.

Será a Estratégia do Prado ao Prato a revolução agrícola de que precisamos?

A “Estratégia do Prado ao Prato” esteve em debate numa mesa redonda digital, moderada por José Diogo Albuquerque, CEO do Agroportal, com várias personalidades da área agrícola e da sustentabilidade. À pergunta principal do debate, os oradores foram unânimes em responder que esta estratégia é um “comboio em andamento” que Portugal não quer perder, tendo ficado claro no debate que este é um processo negocial em curso, entre os Estados-membros e a Comissão Europeia, e que as metas concretas a atingir por cada país da UE só em 2022 ficarão estabelecidas.

Eduardo Diniz, director-geral do GPP do Ministério da Agricultura, afirmou que a futura Política Agrícola Comum assenta numa triangulação – Ambiente e Clima; Produtividade Agrícola e Sustentabilidade dos Sistemas Alimentares – que trará vantagens para todos os elos da cadeia, mas não está isenta de desafios.

“É necessário criar mais confiança nos alimentos que consumimos e creio que os agricultores portugueses estão preparados para dar essa resposta”, afirmou Eduardo Diniz, recordando que Portugal é um exemplo para a Europa no que respeita ao índice de risco e consumo de pesticidas, com uma redução de 34%, entre 2011 e 2018, quase o dobro do conseguido na média da UE.

Para Eduardo Diniz, somente com uma maior aposta na inovação e na tecnologia será possível atingir as metas dos Pacto Ecológico Europeu, “mas para tal é necessário que as políticas públicas sejam acompanhadas de capacidade de investimento no sector agrícola”. O responsável do GPP considerou ainda que o contributo de empresas como a Syngenta, através do seu plano de compromissos com a agricultura sustentável, é essencial para se atingirem os objectivos do Pacto Ecológico Europeu.

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, Eduardo Oliveira e Sousa, alertou, que “a estratégia do Prado ao Prato é importante e inevitável, mas não podemos aceitar que acarrete prejuízos para a agricultura, perdas de rendimento para os agricultores e abandono dos territórios rurais”.

O reforço do investimento na investigação é necessário para acelerar a inovação no sector agroalimentar português, defendeu Nuno Canada, presidente do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, recordando que Portugal tem uma estratégia bem estruturada neste âmbito, com 26 centros de competências e 6 laboratório colaborativos criados desde 2014. Mas alertou que o nosso País “precisa de apresentar candidaturas com maior massa crítica para reforçar a sua competitividade em matéria de Inovação agroalimentar na UE”.

Novos biopesticidas

A investigação de novos biopesticidas, como solução complementar às ferramentas clássicas de protecção das culturas, é uma das áreas promissoras para o futuro da agricultura e onde a Syngenta está a realizar um forte investimento. Há, no entanto, um longo caminho a percorrer na harmonização da regulamentação destes produtos a nível da UE, alertaram os oradores.

O consórcio de investigação InovPlantProtect, sediado no INIAV em Elvas e que está a desenvolver moléculas de base biológica para combater pragas e doenças, é um bom exemplo de cooperação público-privada, envolvendo agricultores, academia, investigação pública e parceiros da indústria, entre os quais a Syngenta.

Por sua vez, Rui Barreira, director de conservação da Associação Natureza Portugal, que representa a WWF em Portugal, reiterou no debate que a redução do uso de pesticidas terá um impacto positivo nos ecossistemas e que o aumento da área agrícola em modo de produção biológico na UE, conforme proposto na estratégia do Prado ao Prato, é muito relevante, mas reconheceu que a viabilidade das explorações agrícolas deve ser acautelada.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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