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SinFAP: Vigilantes da Natureza das Berlengas vivem com falhas eléctricas

O SinFAP — Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Protecção Civil diz que os Vigilantes da Natureza das Berlengas estão “abandonados à sua sorte”, numa residência junto ao farol, cuja “habitabilidade é posta em causa pela ausência de electricidade em permanência, uma vez que há mais de um ano os painéis solares estão avariados”. E acusa o ICNF — Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas de estar “há mais de um ano” para enviar uma nova moto 4 que “está fechada numa garagem em Peniche”, para substituir a que se avariou. E garante que estas falhas não se devem a falta de dinheiro.

Este é o apanhado da visita que o sindicato fez no passado dia 17 de Julho à Ilha das Berlengas, nomeadamente às instalações dos Vigilantes da Natureza que lá se encontram durante todo o ano.

“A missão dos Vigilantes da Natureza é essencial para proteger a biodiversidade, a fiscalização da pesca e o respeito pelas normas que a ilha possui, muitas das vezes ignoradas por quem nela gosta de passear”, refere o SinFAP em comunicado de imprensa.

E adianta que “um dos problemas com que nos deparamos é com um reduzido efectivo de Vigilantes da Natureza, que cada vez são menos, devido ao abandono sistemático da profissão que espera há mais de 20 anos pela revisão da sua carreira profissional, ajustada aos tempos modernos e à realidade do trabalho efectuado por estes homens e mulheres tanto nas Berlengas como em todo o território nacional”.

Ausência de electricidade em permanência

“Estes profissionais que habitam na ilha durante todo o ano, fazem-no numa residência junto ao farol, num dos edifícios cedidos pela marinha cuja habitabilidade é posta em causa pela ausência de electricidade em permanência, uma vez que há mais de um ano os painéis solares estão avariados e não produzem energia eléctrica. Só com recurso a um gerador é possível ter electricidade, mas apenas em certos períodos, logo de manhã, ao almoço e à noite, o que possibilita a que vários electrodomésticos avariem e a comida se estrague”, diz o mesmo comunicado.

No Inverno “o problema repete-se com o aquecimento, ligar uma hora o aquecedor e ir alternando de quarto em quarto, para que se possa aquecer a já gélida permanência na ilha, depois de aquecer os quartos é hora de sair e percorrer alguns metros para desligar o gerador. E caso se esqueçam de tirar água para uns vasilhames não há água para usarem na casa de banho o que significa que tem que vir fazer as suas necessidades na rua”.

À espera de moto 4 há mais de 1 ano

“Assim como a moto 4 que servia para transportar os seus mantimentos desde o bairro dos pescadores onde se situa a marina e as suas instalações, com mais de um quilometro com subidas a pique, está avariada há mais de um ano estando a aguardar que o ICNF tenha a capacidade de fretar um helicóptero à marinha ou um barco de carga para que possa levar até à ilha uma nova mota que está fechada numa garagem em Peniche”, acrescenta o sindicato.

O SinFAP condena as condições em que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas “sujeita estes trabalhadores”. “Não é por falta de financiamento já que o ano passado o ICNF arrecadou mais de 85 mil euros em taxas de acesso à ilha, dinheiro que deveria ser usado para dar dignidade a quem vive e trabalha na ilha”.

Por isso, apela ao Ministério do Ambiente e Acção Climática que “tome as medidas urgentes para repor a dignidade e as condições básicas de habitabilidade aos Vigilantes da Natureza que zelam pela Reserva Natural das Berlengas” e reitera que “tomará todas as diligências necessárias tanto nacionais como europeias para repor a dignidade dos Vigilantes da Natureza em serviço na ilha das Berlengas e do Corpo Nacional de Vigilantes da Natureza”.

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