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Praga Scirtothrips aurantii. DGAV explica como prevenir e quais os sintomas

A Scirtothrips aurantii é uma praga extremamente polífaga, sendo a laranjeira (C. sinensis) o seu hospedeiro preferencial. Tem como hospedeiros outras culturas, espécies ornamentais, e plantas silvestres.

A Scirtothrips aurantii Faure é um tripe globalmente conhecido como “South African citrus thrips” (Tripes dos citrinos da África do Sul), de cor amarelo-claro e de pequenas dimensões. Os adultos medem cerca de 1 mm, refere o folheto explicativo da DGAV — Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária “Scirtothrips aurantii Faure – Tripes dos citrinos da África do Sul”.

E adianta que, além de laranjeira, em Portugal já foi detectado em limoeiro (Citrus limon), clementina (C. reticulata), Citrus x nobilis, figueira (Ficus carica), macieira (Malus domestica), Myoporum sp., murta (Myrtus communis), abacateiro (Persea americana), pessegueiro (Prunus persica), Rosa sp., Rubus sp., e mirtilo (Vaccinium myrtillus).

“Considerado capaz de causar um impacto inaceitável a nível económico, ambiental ou social no território da UE, este insecto está categorizado, na regulamentação comunitária, como Praga de Quarentena da União Europeia, sendo proibida a sua introdução e circulação no território da UE”, salienta o mesmo folheto.

Desenvolvimento na cultura

Mas, como se desenvolve esta praga numa cultura? Até chegar a adulto, cada indivíduo passa por diferentes fases sucessivas de desenvolvimento: ovo, larva de primeiro e segundo instar, pré-pupa, pupa e adulto. O ovo e as larvas encontram-se nas plantas. Os dois estádios pupais ocorrem normalmente no solo, ligeiramente enterrados ou alojados entre as folhas mortas, adianta o folheto da DGAV.

Os adultos emergem do solo e voam para as plantas, onde se alimentam, acasalam e põem ovos. As larvas e o adulto alimentam-se nas partes mais jovens e tenras das plantas: nos rebentos foliares e florais e nos frutinhos, nomeadamente na zona próxima do cálice, que utilizam como refúgio.

Num ano, podem ocorrer várias gerações, que se sobrepõem, ou seja, ao mesmo tempo estão presentes ovos, larvas e adultos. Em condições de calor, uma nova geração pode surgir em 20 dias, e no Inverno, pode demorar cerca de 40 dias, frisa a DGAV.

E acrescenta que “em Portugal há condições para os indivíduos de S. aurantii se manterem activos durante todo o ano: temperatura elevada, baixa humidade e plantas hospedeiras em abundância”.

Sintomas

Quanto aos sintomas, adianta o folheto da DGAV que os causados por estes tripes resultam da alimentação das larvas e dos adultos, e da postura dos ovos: folhas com zonas prateadas, que podem necrosar ou espessar; distorção das folhas e frutos e queda prematura dos mesmos.

Nos frutos, forma-se frequentemente uma cicatriz anelar acinzentada na casca, geralmente na zona próxima do pedúnculo, que se separa progressivamente do cálice à medida que o fruto cresce (em anel à volta do cálice, ou onde os frutos tocam com outros frutos ou folhas).

“Pelo seu tamanho e comportamento, é difícil identificar a espécie no campo. A sua confirmação só é possível através da realização de testes laboratoriais”, realça a DGAV.

Relembre-se que a DGAV acaba de emitir uma Autorização Excepcional de Emergência, para utilização de produtos fitofarmacêuticos no controlo da praga de quarentena Scirtothrips aurantii, em plantas hospedeiras, por um prazo máximo de 120 dias.

Pode ler o folheto explicativo da DGAV — Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária “Scirtothrips aurantii Faure – Tripes dos citrinos da África do Sul” aqui.

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