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Lucro da Altri cai 20% com paragem de duas unidades e descida da pasta de papel

A Altri, empresa de produção de pasta de eucalipto e de gestão florestal. registou, no primeiro semestre de 2016, um resultado líquido de 40,2 milhões de euros, valor que compara com os 50,3 milhões registados no período homólogo de 2015, representando um recuo de 20%.

Os resultados da Altri foram afectados sobretudo pela paragem de manutenção programada em duas das suas unidades, Celbi e Celtejo que tiveram um “impacto muito relevante em termos de produção e de custos unitários, bem como pela descida dos preços de pasta papeleira do tipo BHKP”, diz um comunicado da empresa. O preço médio de mercado em dólares registado no segundo trimestre deste ano foi 9,1% inferior ao praticado no período homólogo de 2015. O preço médio em euros verificou uma descida mais acentuada de 11% face ao mesmo período.

Neste contexto, as receitas totais registadas no primeiro semestre ascenderam a 303,9 milhões de euros, ou seja, menos 2,9% que no período homólogo de 2015. Não obstante, a empresa reforçou a sua vocação exportadora, ao colocar nos mercados externos 454,8 mil toneladas de pasta, mais 1% que no ano passado.

Os custos totais, excluindo amortizações, custos financeiros e impostos, atingiram no mesmo período cerca de 215,5 milhões de euros, ou seja um crescimento de 1,3% face ao período homólogo de 2015.

O EBITDA situou-se em 88,4 milhões de euros, traduzindo um decréscimo de 11,6% face a 2015. A margem EBITDA recuou 3,3p.p. para 29,1%.

Nos primeiros seis meses de 2016, a empresa realizou investimentos totais de 11,9 milhões de euros ao mesmo tempo que reduziu o seu endividamento líquido em 32,3 milhões de euros face ao final do primeiro semestre de 2015 para 459 milhões de euros. A empresa prosseguiu deste modo a sua estratégia financeira que assenta na redução anual sistemática do endividamento líquido, através do free cash flow gerado pela actividade operacional. A Altri pagou, no segundo trimestre cerca de 27 milhões de euros de imposto sobre o rendimento referentes essencialmente a pagamentos por conta e ao IRC do exercício de 2015.

Mercado da pasta de papel

Segundo o mesmo comunicado, de acordo com os últimos dados disponibilizados do Pulp and Paper Products Council (PPPC Global-100 flash report), até Maio de 2016, a procura total de pastas hardwood cresceu 1,9% relativamente ao período homólogo de 2015, destacando-se o tipo produzido através de eucalipto, que registou um incremento da procura de 5,4% no mesmo período.

Analisando em termos geográficos, verifica-se que na Europa Ocidental o consumo de pastas hardwood cresceu cerca de 0,9%, enquanto na China o crescimento atingiu os 7,4%. Detalhando em termos de pasta, a procura de pasta de eucalipto cresceu 2,7% na Europa e 13,6% na China. Em termos de quota de mercado, as pastas de eucalipto reforçaram a sua quota no segmento de hardwood, passando de 68,7% acumulado a Maio de 2015 para 71,0% acumulado a Maio de 2016.

Em termos de evolução do preço da pasta BEKP, o segundo trimestre de 2016 ficou caracterizado por uma descida de 9% do preço em USD face ao trimestre anterior e por uma descida de 11% em euros. O preço médio registado no segundo trimestre do ano ascendeu a 693,3 USD/ton (vs. 762,4 USD/ton no trimestre anterior e 781,5 USD/ton no trimestre homólogo de 2015), enquanto em Euros se cifrou em 613,1 EUR/ton (vs. 693,1 EUR/ton no trimestre anterior e 708,5 EUR/ton no trimestre homólogo de 2015).

Três fábricas de pasta de eucalipto

Actualmente a Altri tem três fábricas de pasta de eucalipto branqueado – a Celbi, a Caima e a Celtejo – com uma capacidade anual nominal de cerca de 900 mil toneladas.

A gestão florestal é uma actividade central da Altri, que gere em Portgal cerca de 84 mil hectares de floresta certificada. A auto suficiência florestal é da ordem dos 30%.

Para uma melhor gestão da floresta, a Altri adquiriu 50% da EDP Bioeléctrica para, em parceria com a Energias de Portugal (EDP), produzir energia eléctrica a partir de biomassa florestal. Actualmente esta empresa detém licenças para a produção de 120 MWh de energia eléctrica através de biomassa floresta, detendo uma quota de mercado de cerca de 50%, estando actualmente em operação quatro centrais – Mortágua, Ródão (Celtejo), Constância (Caima) e Figueira da Foz (Celbi) – com uma capacidade total de 55 MWh. Em 2009 foram inauguradas as duas centrais de biomassa – Figueira da Foz e Constância – com uma capacidade nominal total superior a 43 MWh.

Paralelamente, a empresa produz toda a energia eléctrica de que necessita para a sua actividade de produção de pasta de papel através da co-geração. Este processo assenta no aproveitamento de componentes vegetais com propriedades combustíveis e que não servem para a produção de pasta de papel (ligninas), que são queimados para produzir vapor que servirão para operar um gerador industrial.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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