AGRICULTURA E MAR Revista do mundo rural e da economia do mar
“O trigo-duro é uma cultura resiliente que consegue duplicar as suas produções em anos agrícolas bons (como aconteceu em 2019/20) e responder de forma satisfatória em anos agrícolas menos favoráveis, desde que se recorra a pequenos suplementos de rega em períodos-chave do seu desenvolvimento (como aconteceu em 2020/21)”, referem os responsáveis pela execução do Grupo Operacional (GO) Valorização do Trigo Duro.
Trata-se de um Grupo Operacional liderado pelo INIAV — Instituto Nacional de Investigação Agrícola e Veterinária, que teve como parceiros o Instituto Politécnico de Beja, a Espiralpixel, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, o COTR — Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio, a Cerealis — Produtos Alimentares, a Anpoc — Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais, a Sociedade Agrícola da Herdade de Torre de Curvo e a Cersul – Agrupamento de Produtores de Cereais do Sul.
Acrescentam os responsáveis pelo Grupo Operacional que, “de um modo geral, as variedades analisadas neste trabalho possuíram boa qualidade, embora haja uma enorme influência ambiental em todos os parâmetros analisados. Em termos de qualidade, destacaram-se nos ensaios preliminares as variedades Don Ricardo (bons resultados de hectolitro, peso do grão, vitreosidade), Fado (bom peso de grão) e, Vadio (boa qualidade de glúten e teor de cinzas) e por isso foram estas que foram implementadas em scale-up nos campos dos agricultores”.
Relativamente aos tratamentos de adubação, adiantam, “verificaram-se diferenças, sendo de destacar as diferenças ao nível do teor proteico e da vitreosidade, com os tratamentos mais tardios de fertilização azotada a permitirem um maior incremento do teor proteico do grão, bem como dos parâmetros com ele relacionados”.
Em relação ao teor de cinzas “verificou-se que este varia com a variedade e em função da fertilização utilizada, mas é afectado pela interacção genótipo x ambiente (GxE): as variedades e tratamentos que conduziram a valores mais benéficos (menores teores) num ambiente não foram necessariamente os mesmos no outro ambiente. Considera-se que nas nossas condições edafo-climáticas, o teor de cinzas será mesmo o parâmetro mais difícil de controlar no que se refere à qualidade do trigo duro”.
Valorização do Trigo Duro
O projecto GO Valorização do Trigo Duro visa aumentar a qualidade e a sustentabilidade na agricultura portuguesa, seleccionando variedades de trigo duro de alta qualidade e optimizando as práticas agronómicas para oferecer um produto diferenciado à indústria.
O objectivo é reforçar a produção nacional, aumentando áreas e substituindo importações.
Pode ler o Relatório Final de Execução aqui. Saiba mais aqui.
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