AGRICULTURA E MAR Revista do mundo rural e da economia do mar
O porta-voz do Partido Juntos pelo Povo (JPP), Rafael Nunes, considera “inconcebível que, segundo os últimos relatórios oficiais disponibilizadas pela empresa, a GESBA [Empresa de Gestão do Sector da Banana] aumente o preço de venda ao consumidor final, passando de 0,93€ por quilo para 1,14€ por quilo, um aumento de 21 cêntimos, que não é reflectido no valor pago ao produtor. Em termos reais a GESBA tem um valor de receita que ronda os 20 milhões de euros, dos quais apenas 6 milhões chegam aos bananicultores, ou seja, 14 milhões ‘somem-se’ para a gestão da GESBA”.
As declarações foram feitas hoje, 8 de Julho, na freguesia de Madalena do Mar, durante uma visita à XXII Mostra Regional de Banana, evento promovido pela Casa do Povo da Ponta do Sol, na Região Autónoma da Madeira, onde Rafael Nunes disse ser “este um claro exemplo da má gestão no sector da banana” madeirense.
“Agricultores uma vez mais mostram-se revoltados”
Para o porta-voz do partido — e também vice-presidente do Grupo Parlamentar do JPP —, “os agricultores uma vez mais mostram-se revoltados com a gestão da GESBA, que se tem mostrado insensível perante o aumento exponencial dos custos de produção e consequente diminuição de rendimentos com a venda da banana”, avança uma nota de imprensa do partido.
Sustentando as suas afirmações, Rafael Nunes expôs os dados do último relatório oficial da GESBA, disponibilizado on-line referente ao terceiro trimestre de 2022, onde “é verificável” que “a rubrica de deslocações e estadias aumentou 245% e as despesas de representação aumentaram uns incríveis 1.323% (…) dos custos em comparação ao período homólogo. Como é possível? Isto é dinheiro que devia chegar ao bolso dos agricultores, pois são eles que produzem a banana”.
“É inconcebível que numa altura que os agricultores deviam estar a receber 1 euro por cada quilo de banana, estejam a receber apenas 39 cêntimos. Em números redondos, e considerando a inflação, estes agricultores estão a receber cerca de um terço do que lhes é devido. É ridículo” acrescentou porta-voz do JPP.
Agricultura e Mar
