O preço do azeite aumentou em Portugal 73% desde Janeiro de 2021. Segundo o Observatório de Preços, referentes à média apurada entre 14 de Agosto e 10 de Setembro, o azeite virgem custava 6,45 euros por litro. Mas já se registam preços mais altos nas cadeias de retalho. Preços que levam a uma maior “apetência à fraude” que vai sendo travada pela ASAE — Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, que acaba de apreender em Mirandela cerca de 4.300 litros de óleo de bagaço de azeitona comercializado como azeite virgem extra.
Este é o resultado, nesta semana, de mais uma acção de fiscalização da ASAE, através da Unidade Regional do Norte – Unidade Operacional de Mirandela, direccionada ao combate à fraude alimentar do azeite.
Como resultado da acção foram apreendidos cerca de 4.300 litros de óleo de bagaço de azeitona que se encontrava a ser comercializado como azeite virgem extra, tendo sido instaurado o respectivo processo-crime por fraude sobre mercadorias e violação e uso ilegal de Denominação de Origem Protegida (DOP) “Azeite de Trás-os-Montes”, num valor aproximado de 18.200 euros, refere aquela Autoridade em comunicado de imprensa.
“O óleo de bagaço era adquirido fora do território nacional, embalado em garrafões de 5 L e rotulados como azeite virgem extra para comercialização no mercado nacional. Foi suspensa a unidade de embalamento ilegal”, realça o mesmo comunicado.
E acrescenta que, no seguimento da investigação, ainda foram apreendidos mais de 1.300 litros de azeite que estavam a ser comercializado em mercados e feiras locais, provenientes do mesmo embalador.
“De referir que a escassez do azeite e o subsequente aumento do seu preço contribui para a existência de um alegado maior risco de práticas fraudulentas associadas a este produto tão apreciado pelos consumidores”, diz o mesmo comunicado.
Neste sentido a ASAE “tem reforçado o acompanhamento e vigilância do sector, desde a verificação da origem da azeitona que entra nos lagares bem como todo o processo de embalamento, distribuição e disponibilização do consumidor final, em prol de uma sã e leal concorrência entre operadores económicos e da defesa e da segurança dos consumidores”.
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