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AgroGes: área rearborizada com pinheiro-manso em 2023 é de apenas 176 hectares

“Aplicando o pressuposto de que a densidade média de instalação de povoamentos de pinheiro-manso é de 400 plantas/ha (compasso de instalação de 5×5 metros), obtém-se uma estimativa da área de (re)arborizações de 1.388 hectares em 2021, e de 1.107 hectares em 2022. Em 2023, a área (re)arborizada estimada até 15 de Maio é de apenas 176 hectares”.

Esta é a conclusão da AgroGes — Sociedade de Estudos e Projectos na sua análise à fileira da pinha e do pinhão, realizada para a 18ª edição do Millennium Agro News.

Adianta a consultora que analisando os dados por região NUT II, verifica-se que o total de plantas de pinheiro-manso registadas entre 2021 e 15 de Maio de 2023 foram utilizadas sobretudo em acções de (re)arborização na região Centro (69%), seguida da região do Alentejo (17%) e da região de Lisboa e Vale do Tejo (9%).

Com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 96/2013 de 19 de Julho, que estabelece o Regime Jurídico das Acções de Arborização e Rearborização com Espécies Florestais (RJAAR), o ICNF — Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas regista a lista de projectos de (re)arborização autorizados e a quantidade de plantas necessárias para as acções de (re)arborização.

Desde 2021, a quantidade de plantas de pinheiro-manso (Pinus pinea) utilizadas em acções de arborização e (re)arborização correspondem apenas a 4% do total de plantas utilizadas no período em análise, acrescenta a Agro.Ges.

E realça que a quantidade de plantas de pinheiro-manso (Pinus pinea) utilizadas em (re)arborizações em 2022 registou um decréscimo de 20% face a 2021, sendo que até 15 de Maio de 2023 o número de plantas de pinheiro-manso adquiridas corresponde a 16% do total de plantas desta espécie solicitadas em 2022.

Produção de pinha

Segundo os dados do Inventário Florestal Nacional (IFN6), em 2015 os povoamentos de pinheiro-manso registaram uma produção anual de pinha de 414,3 mil toneladas. Neste mesmo ano, em termos de produtividade anual média de pinha, registou-se um valor médio de 2.063 kg/ha/ano para povoamentos puros, 2.099 kg/ha/ano para povoamentos dominantes e 871 kg/ha/ano para povoamentos dominados, resultando num valor médio ponderado de 1.922 kg/ha/ano, refere ainda a análise da Agro.Ges.

Mas salienta que os dados do IFN apenas permitem uma análise à evolução da produção de pinha entre 2005 e 2015. Assim, na década em análise, verificou-se um acréscimo de 22% face à produção anual de pinha registada em 2005 (338,8 mil toneladas), e em simultâneo um acréscimo de 6% face à produtividade anual média de pinha registada também em 2005 (1 813 kg/ha/ano).

No período de 10 anos analisado, em termos de produtividade média anual de pinha por tipo de composição específica dos povoamentos, registou-se um aumento na produtividade média anual dos povoamentos puros de pinheiro-manso (+35%).

Contudo, em simultâneo, observou-se um decréscimo acentuado na produtividade média anual de pinha dos povoamentos mistos dominantes (-30%) e dominados (-61%), apesar de a área deste tipo de povoamentos ter aumentado entre 2005 e 2015 (19% e 3%, respectivamente).

Produção de pinhão

E adianta a Agro.Ges que apesar de não existirem dados oficiais relativos à produção nacional de pinhão, utilizando como referência a indicação de um rendimento de pinha em miolo de pinhão situado entre 3,5% e 4,2%, dependendo da zona de origem, do ano de colheita e das condições climatéricas (Guia de Colheita e Comercialização de Pinha, UNAC, 2014), foi possível estimar a produção nacional de pinhão nas últimas três campanhas, ficando determinado para a campanha 2021/2022 uma produção nacional de pinhão de aproximadamente 842 toneladas (-35% do que na campanha anterior).

Nas últimas campanhas verificam-se quebras acentuadas na produção de pinha e também de miolo de pinhão, devido, segundo alguns autores, à ocorrência e aumento da permanência da praga designada por Sugador das Pinhas (Leptoglossus occidentalis). Contudo, outros factores (nomeadamente abióticos) poderão ter tido um impacto significativo na diminuição da produção de pinha e também de pinhão registadas, acrescenta a consultora.

Pode ler 18ª edição do Millennium Agro News aqui.

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