Um total de 42 voos da easyJet vão estar a operar a partir do Aeroporto de Gatwick, o segundo maior e mais movimentado aeroporto da Inglaterra, e serão alimentados por uma mistura de 30% de SAF Neste MY. O primeiro destes 42 voos realizou a descolagem na passada terça-feira, 19 de Outubro, revelando-se “um marco histórico ao utilizar combustível sustentável para aviação (SAF) e ao ser também a primeira utilização deste serviço pela easyJet no Reino Unido”.
Isto confirma “o forte empenho de todos os parceiros envolvidos no projecto — fornecedor internacional de combustível de aviação Q8Aviation, easyJet, Aeroporto de Gatwick e Neste — em alcançar uma redução líquida das emissões de carbono do combustível utilizado na aviação e trabalhar para um objectivo final, que consiste em alcançar emissões líquidas zero na aviação até 2050”, diz a operadora aérea em nota de imprensa.
Para o director de sustentabilidade da easyJet, Jane Aston, “na easyJet, procuramos desempenhar da melhor forma o nosso papel para liderar a descarbonização na aviação. Temos o prazer de anunciar que esta semana operámos, através da utilização do SAF, numa prova de voo conceptual a partir de Gatwick. Além disso assumimos também o compromisso de utilizar uma mistura SAF em todos os voos que operam de Gatwick a Glasgow ao longo da COP26, graças a um esforço de colaboração com os nossos parceiros envolvidos neste projecto”.
Voos para a Conferência sobre Alterações Climáticas COP26
Dos 42 voos com a mistura de SAF Neste MY, 39 destes serão voos da easyJet a operar de Gatwick para Glasgow durante a Conferência sobre Alterações Climáticas COP26, que decorre de 31 de Outubro a 12 de Novembro. Através destes 42 voos, as emissões de CO2 serão reduzidas até 70 toneladas, o que indica o “forte compromisso da indústria em reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e em atingir emissões líquidas zero até 2050”, acrescenta a mesma nota.
A Q8Aviation já entregou o primeiro fornecimento de SAF Neste MY no Aeroporto de Gatwick. O combustível sustentável para aviação líder de mercado, Neste, que é totalmente certificado, é produzido a partir de resíduos e matérias-primas residuais 100% renováveis e sustentáveis, tais como óleos alimentares usados e resíduos de gordura animal. Na sua forma pura e ao longo do seu ciclo de vida, o SAF Neste MY pode alcançar uma redução de até 80% das emissões de gases com efeito de estufa em comparação com a utilização de combustível fóssil para aviões a jacto.
O processo começa com o SAF produzido pela Neste, que é misturado com combustível Jet A-1 num depósito a montante do Aeroporto de Gatwick para criar um componente compatível com os motores de avião já existentes e com a infra-estrutura aeroportuária, sem necessidade de investimento extra. Desta forma, a Q8Aviation entrega então o combustível aos tanques principais de armazenamento no Aeroporto de Gatwick para fornecer os aviões da easyJet através do sistema de hidrantes eléctrico (que actua como boca distribuidora de combustível para aviação) do próprio aeroporto.
“A incorporação do SAF nas operações de Gatwick é um acontecimento importante para o aeroporto, demonstrando o seu empenho contínuo em trabalhar com vários parceiros de aviação no âmbito da descarbonização. A própria pegada de carbono de Gatwick em 2019 demostrou que o aeroporto já está a meio caminho do zero líquido para as suas próprias operações e que, está também empenhado em atingir o zero líquido de emissões directas até 2040”, realça o mesmo documento.
Ao dar mais um passo para descarbonizar as operações e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, a easyJet, em parceria com a World Fuel Services, “introduziu no aeroporto um distribuidor de hidrantes eléctrico que irá servir a sua frota de 71 aviões na cidade de Inglaterra. Este é o primeiro no Reino Unido e, com base em equivalentes de diesel que se estima queimarem 6630 litros de diesel por ano, o novo sistema de hidrantes eléctrico pode reduzir 18.000 kgs de emissões de CO2 anualmente. Este sistema é adicionado ao equipamento eléctrico de terra que já suporta as operações de aviões da easyJet no Aeroporto de Gatwick”.
Disponibilidade do SAF ainda precisa de crescer
Jane Aston acrescenta que a disponibilidade do SAF “ainda precisa de crescer, mas será uma solução importante no nosso caminho de descarbonização, enquanto apoiamos o desenvolvimento de aviões com emissões zero, que será a solução mais sustentável para redes de curto curso, como a nossa, a longo prazo. Entretanto, estamos a operar os nossos voos da forma mais eficiente possível, pelo que somos atualmente a única grande companhia aérea europeia a compensar as emissões de carbono do combustível utilizado em todos os nossos voos, o que tem um grande impacto neste momento”.
Por sua vez, o director-geral da Q8Aviation, Naser Bem Butain, salienta que tem “o prazer de desempenhar o nosso papel no fornecimento do primeiro combustível sustentável para aviação para a easyJet em Gatwick. Ao longo de muitos anos forjámos uma forte parceria com a easyJet e beneficiámos de um excelente apoio do Aeroporto de Gatwick. Agora esperamos trabalhar em colaboração com todos os parceiros para promover os nossos objectivos a nível da sustentabilidade”.
E o director de corporate affairs, planeamento e sustentabilidade do Aeroporto de Gatwick, Tim Norwood, diz que “temos o prazer de trabalhar com os nossos parceiros para sermos o primeiro aeroporto da rede de aeroportos Vinci a introduzir o SAF num voo comercial e provar o conceito de que Gatwick está pronto e é capaz de utilizar operacionalmente o SAF”.
“O SAF é uma das várias vias que permitirá à aviação britânica e a Gatwick atingir o carbono zero líquido até 2050, juntamente com as compensações de carbono, a modernização do espaço aéreo e a inovação contínua na tecnologia aeroespacial, incluindo sistemas de aviões eléctricos, de hidrogénio e híbridos. Com uma política governamental inteligente para sustentar o investimento na produção de SAF competitiva em termos de custos, muitos mais voos poderão utilizar SAF produzidos no Reino Unido até meados dos anos 2020”, frisa Tim Norwood.
Atingir as emissões líquidas zero até 2050 “é simultaneamente um grande desafio e uma oportunidade para a nossa indústria. O caminho para a descarbonização sustentável da aviação e os objectivos intermédios estabelecem propósitos claros e estamos prontos a desempenhar o nosso papel nesse âmbito em Gatwick. Isto através da implementação dos objectivos que temos para a primeira década deste percurso e mantendo-o actualizado para incorporar soluções tecnológicas adicionais para os anos 2030”, diz ainda Tim Norwood.
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