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INE. Campanha cerealífera de Outono/Inverno “deverá ser das piores” devido à seca severa

As previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 31 de Maio de 2023, apontam para um ano agrícola novamente marcado pela seca que atinge 99,9% do território do continente, dos quais 35,2% em seca severa ou extrema (praticamente todo a Sul do Tejo). “A campanha cerealífera de Outono/Inverno deverá ser das piores, com as searas a apresentarem povoamentos ralos, palhas e espigas curtas e deficiências no enchimento do grão”.

Segundo os técnicos do INE, “também as pastagens e forragens foram consideravelmente afectadas, sendo as disponibilidades forrageiras insuficientes para assegurar a alimentação de muitos efectivos pecuários a Sul do Tejo, observando-se um aumento na procura de alimentos conservados num cenário de escassa oferta, com os preços a duplicarem face a 2022”.

E acrescentam que a ausência de precipitação na Primavera, associada a elevadas temperaturas, interferiu, de forma muito negativa, no ciclo vegetativo dos cereais praganosos de sequeiro, promovendo o seu adiantamento e o espigamento precoce.

As searas encontram-se na fase final do ciclo vegetativo, apresentam povoamentos ralos, palhas e espigas curtas e deficiências no enchimento do grão, prevendo-se baixas produtividades, havendo inclusivamente áreas de trigo mole e cevada cortadas para feno.

No regadio, os cereais também deverão ter quebras de produtividade, às quais se associa o aumento dos custos resultantes da necessidade de incremento das regas. Desta forma, a actual campanha cerealífera deverá ser das piores, devido ao decréscimo das áreas e às reduzidas produtividades, realça o INE.

Maio extremamente quente e muito seco

Referem os técnicos do INE que o mês de Maio caracterizou-se, em termos meteorológicos, como extremamente quente e muito seco. O valor médio da temperatura do ar foi de 18,2°C, com um desvio de +2,5°C face à normal (1971-2000), posicionando-o como o oitavo mais quente desde 1931 (de notar que sete dos dez meses de Maio mais quentes ocorreram já neste século).

Quanto à precipitação, o valor médio foi de 34,8mm, o que corresponde a 49% da normal 1971-2000 (71,2mm). As condições de instabilidade atmosférica, comuns neste mês, foram frequentes nas regiões do interior Norte e Centro e conduziram à ocorrência de aguaceiros, particularmente fortes entre os dias 26 e 31 de Maio, com a queda de granizo e acompanhados de trovoada.

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