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Better Plastics impulsiona economia circular com sacos biocompostáveis para embalar frutas e legumes

O projecto mobilizador Better Plastics, promovido pela APIP – Associação Portuguesa da Indústria de Plásticos, foi implementado com um investimento de 6,3 milhões de euros em inovação que permite impulsionar a economia circular no sector do plástico em Portugal. Nos últimos 3 anos, desenvolveu mais de 19 materiais, 20 produtos e tecnologias inovadoras e sustentáveis que poderão ser colocadas no mercado.

Os resultados do Better Plastics foram apresentados esta quarta-feira, 21 de Junho, na Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa. Entre outros produtos, foram criados sacos biocompostáveis para embalar frutas e legumes que ganham nova vida ao serem reutilizados para acondicionar biorresíduos, garrafas reutilizáveis com 50% de material reciclado, embalagens para a indústria médico-farmacêutica e componentes para o sector rodoviário e automóvel, com incorporação de materiais reciclados e recicláveis no seu fim de vida.

Uma sessão que contou com a presença do presidente do Compete 2020, Nuno Mangas, que referiu, “é com entusiasmo que participamos neste projecto, que tem uma forte tipologia agregadora de vontades, instituições e conhecimento, ao serviço de uma indústria que se pretende ser cada vez mais competitiva, mas sustentável a nível económico, social e ambiental”.

“Num Mundo que enfrenta desafios globais como o crescimento da população, a segurança alimentar e as alterações climáticas, torna-se necessário que as sociedades evoluam para soluções mais eficientes a fim de garantir um desenvolvimento sustentável e alavancar a transição de uma economia linear para uma economia circular, onde o plástico, atendendo às suas características únicas, será capaz de dar um grande contributo para esta transformação societal”, refere uma nota de imprensa do projecto.

E realça que o Better Plastics permitiu ainda contribuir para o aumento do conhecimento nesta temática e a sua aplicação por parte da indústria em produtos transaccionáveis e de alto valor acrescentado, assim como a formação de recursos humanos altamente qualificados. Foram ainda efectuadas mais de 20 participações eventos maioritariamente internacionais, dado o interesse pelo projecto, por ser único à data a nível europeu.

Embalagens alimentares

Assim, ao nível da Circularidade pelo Design de Material, foram desenvolvidas novas soluções para embalagens alimentares que incorporam reciclado e são recicláveis no seu fim de vida, nomeadamente embalagens para queijo e carne processada, assim como novos materiais biocompostáveis, alinhados com os ciclos de compostagem industrial existentes em Portugal, de 60 dias, contrariamente às centrais europeias que operam em 180 dias, para sacos muito leves para embalar frutas e legumes, com possibilidade de serem reutilizados para o acondicionamento de biorresíduos domésticos. Trata-se de uma solução que vem responder a uma necessidade, pelo que se espera colocar este produto no mercado até ao final do ano, frisa a mesma nota.

Na vertente da Circularidade pelo Design de Produto, foram criadas embalagens de uso alimentar, para o sector das bebidas e dos produtos lácteos, com menores quantidades de material e com incorporação de material reciclado, com características de reutilização e elevada reciclabilidade, trata-se de uma garrafa de água com 50% de reciclado e reutilizável, assim como um copo de iogurte que pode ser reutilizado para outras aplicações no seu fim de vida.

Foram também desenvolvidas embalagens para a indústria médico-farmacêutica e componentes para o sector rodoviário e automóvel, baseadas no eco-design e na incorporação de materiais reciclados e recicláveis no seu fim de vida.

Redução de contaminantes orgânicos

Na área da Circularidade pela Reciclagem, foram desenvolvidas novas tecnologias de pré-tratamento para a redução de contaminantes orgânicos, tintas e odores, permitindo aumentar a qualidade dos plásticos reciclados obtidos por via da reciclagem mecânica, assim como novas soluções de materiais provenientes da reciclagem mecânica e química.

Por fim, ao nível da Circularidade pelas matérias-primas alternativas, foram desenvolvidos novos materiais biodegradáveis, baseados na valorização de resíduos alimentares e da biomassa, assim como a produção de fibra de carbono verde a partir de um percussor natural.

Para Amado Reis, presidente da APIP, “a reputação associada ao sector dos plásticos nem sempre é positiva. O projecto Better Plastics pretende arranjar respostas, desenvolver materiais e tecnologias, de forma a dar uma nova vida aos produtos e voltar a incluí-los na cadeia de valor”.

Já o Coordenador Científico do Projecto, Bruno Pereira da Silva, “gostaria de realçar o papel da indústria que sempre encarou o “estigma” associado ao plástico por parte da sociedade, não como um problema mas sim como uma oportunidade de melhorar processos, e de desenvolver novos produtos mais sustentáveis, reutilizáveis e recicláveis, contribuindo desde logo para que se no fim de vida os plásticos forem reencaminhados pela sociedade para os locais correctos, estes deixem de ser um resíduo e passem a ser uma matéria prima para a produção de novos produtos, numa clara abordagem à economia circular e à simbiose industrial”.

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