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APDPk, Young Parkies Portugal, Egas Moniz e Quercus apelam à Comissão Europeia que proíba herbicida glifosato

Hoje a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson (APDPk), uma Associação que tem como missão melhorar a qualidade de vida das pessoas com Parkinson e cuidadores; a Young Parkies Portugal – Associação Portuguesa de Parkinson Precoce, que tem por missão informar, integrar e acompanhar pessoas com Parkinson precoce; a Egas Moniz, School of Health & Science, Cooperativa de Ensino Superior na área da Saúde de referência em Portugal; e a Quercus, organização independente que tem como missão a defesa do ambiente, pedem que o herbicida glifosato seja definitivamente banido.

“Para tal, apelamos a que todos os Estados-membros da UE votem contra a proposta da Comissão Europeia de renovação por 10 anos da licença de utilização do glifosato na Europa, na reunião do ScoPaff que terá lugar a 16 de Novembro, e a apoiem publicamente uma proibição”, refere um comunicado de imprensa conjunto daquelas entidades.

Esta iniciativa surge na sequência das “crescentes preocupações de que a exposição ao glifosato apresente riscos para a saúde pública, incluindo Parkinson e cancro, bem como riscos ambientais, como a perda de biodiversidade e a mortalidade das abelhas”, adianta o mesmo comunicado.

O pesticida mais utilizado na Europa

E acrescenta que o glifosato é o pesticida mais utilizado na Europa, “mas não existem provas concretas de que seja seguro. Embora o organismo científico da UE, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (AESA), tenha concluído que a utilização do glifosato “não identificou áreas críticas de preocupação”, o seu recente relatório enumerou várias lacunas de dados pendentes, e muitos peritos internacionais consideram que os actuais testes e autorizações do glifosato na UE têm falhas”.

Aquelas entidades salientam ainda que “a actual política de autorização proporciona uma compreensão totalmente inadequada do risco de doenças neurodegenerativas, incluindo as evidências de que o glifosato é uma possível causa da doença de Parkinson. A título de exemplo, existem provas que sugerem a existência de uma ligação entre a exposição ao glifosato e os danos na região específica do cérebro envolvida na doença de Parkinson, e um grande número de estudos demonstrou que os agricultores e os residentes que vivem perto de parcelas agrícolas têm um risco significativamente maior de desenvolver a doença de Parkinson”.

Princípio de Precaução

Segundo João Casaca, presidente da APDPk, “pedimos que a União Europeia aplique o Princípio de Precaução, que estabelece que “se um produto, acção ou política apresentar um risco suspeito de causar danos ao público ou ao ambiente, medidas de protecção devem ser apoiadas antes de existirem provas científicas completas de um risco”. Nos últimos anos, tornou-se claro que a utilização de pesticidas químicos tem efeitos negativos imprevistos, quer no ambiente, mas também na saúde”.

Por sua vez, Carmo Teixeira Bastos, da Young Parkies Portugal, afirma que “a Young Parkies Portugal apoia a não aprovação de glifosato no próximo dia 16 de Novembro. Sendo um pesticida amplamente utilizado na Europa, torna-se imperativo exigir um total conhecimento dos efeitos decorrentes da sua exposição directa e indirecta, na saúde e no ambiente. Desta forma, a Young Parkies Portugal apela à suspensão da licença de utilização do glifosato na União Europeia e desafia as entidades competentes a realizar estudos independentes, que permitam uma rigorosa avaliação dos efeitos à sua exposição”.

Por outro lado, “a Egas Moniz School of Health & Science, enquanto Comunidade Académica e Científica activamente dedicada à transformação do conhecimento de saúde e ciência em impacto positivo real, integrada no conceito One Health – uma só Saúde para Todos, apoia a não aprovação de glifosato no dia 16 Novembro, devido ao potencial efeito nocivo deste composto sobre o ambiente, a saúde pública e as pessoas com Parkinson.”

Alexandra Azevedo, da Quercus, adianta que a Associação “tem divulgando e desenvolvendo campanhas para promover as alternativas não químicas, em particular ao glifosato, e outros herbicidas, como é o caso da Campanha Autarquias sem Glifosato/Herbicidas, demonstrando-se que existem soluções viáveis. Cabe ao poder político liderar os processos de modo a que em Portugal siga o exemplo de outros países europeus, como a Alemanha, Bélgica, Holanda e Luxemburgo, proibindo o uso de pesticidas em áreas urbanas e outros espaços públicos, e que os apoios agroambientais excluam o uso de glifosato e incentivem de forma coerente práticas agrícolas que protejam o solo”.

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