“Ambiente, economia e inclusão social têm de ser salvaguardados nos novos sistemas de produção agrícola”, defende a eurodeputada socialista Isabel Estrada Carvalhais.
A eurodeputada foi co-anfitriã do evento organizado pela Copa-Cogeca, plataforma que agrega duas organizações representativas de algumas das mais importantes organizações de agricultores e cooperativas da Europa, encerrando o fórum de debate que pretendeu aprofundar a discussão em torno da estratégia para a biodiversidade da União Europeia e o futuro da agricultura e da floresta.
“Ninguém nega que é urgente tomar uma atitude que reequilibre toda a nossa relação com o meio ambiente, mas também não se pode negar o desafio que tudo isto representa para os agricultores”, referiu a eurodeputada, lançando algumas ideias para as políticas do sector.
Considerando importantes as várias visões sobre o tema, defendeu a criação de sistemas de produção mais sustentáveis, em todas as dimensões: ambiental, económica e social. No entanto, realça que a mudança não pode estar apenas sobre os ombros dos agricultores, pois, por exemplo “os padrões de consumo também devem ser reequilibrados e esta pandemia em grande parte esclareceu isso mesmo”.
Carvalhais assumiu que é muito importante que a agricultura invista continuamente numa atitude proactiva e garanta que a sociedade saiba disso. “A sociedade precisa conhecer os bons exemplos de jovens agricultores, ou proprietários florestais e parar de os ver como aqueles que só reivindicam”, recomendou.
Soluções alternativas aos pesticidas químicos
Perante a proposta da Comissão Europeia de reduzir globalmente o risco e utilização dos pesticidas químicos, desafiou agricultores, associações, cooperativas, universidades, laboratórios, empresas, a continuarem a busca de soluções alternativas, que ajudem a alcançar os objectivos ambientais, sem comprometer a viabilidade económica do tecido rural.
“Espero que esta estratégia possa estimular a procura de soluções inovadoras para a protecção de culturas, por exemplo no desenvolvimento de novas substâncias biológicas activas, de métodos de controlo biológico, ou na criação de métodos de aplicação mais precisos e eficazes”, declarou.
A fechar reforçou que os fundos europeus, nomeadamente o financiamento da PAC, terão um papel decisivo no apoio à agricultura, para encontrar soluções inovadoras, para investir na investigação e no desenvolvimento tecnológico, para promover a formação, o aconselhamento e a transmissão de conhecimentos.
Agricultura e Mar Actual