Os grupos Parlamentares do Partido Socialista (PS), do Partido Social Democrata (PSD), do Chega (CH) e da Iniciativa Liberal (IL) juntaram-se para proporem a criação do Dia Nacional das Conservas de Peixe, a 15 de Novembro.
“Considerando que o dia 15 de Novembro coincide com a data do encerramento da Exposição Universal de Paris de 1855, onde foi entregue a um industrial de Setúbal, a primeira distinção a uma conserva portuguesa de peixe, designadamente uma menção honrosa a “conservas de sardinha”, a Assembleia da República propõe que este dia – 15 de Novembro — seja designado como “Dia Nacional das Conservas de Peixe”, evidenciando-se desta forma a importância da indústria de conservas de peixe portuguesas, não só como parte integrante de uma alimentação saudável e equilibrada, mas também como merecido reconhecimento da Indústria Conserveira para a economia e para o desenvolvimento nacional”, referem os deputados dos quatro partidos no Projecto de Resolução n.º 283/XV.
E explicam que esta celebração é ainda uma “forma de sensibilizar o público para os produtos da pesca e da aquicultura sustentáveis, apresentando as conservas enquanto exemplo distintivo de tradição e excelência da indústria e qualidade impar do peixe da nossa costa”.
Adianta o mesmo Projecto de Resolução que a indústria conserveira começou em Portugal na década de 1850, quando pela primeira vez foram produzidas conservas de peixe pelo método de Nicolas Appert, estando hoje documentado o processo no espólio do fundo Almeida Carvalho e no Arquivo Distrital de Setúbal.
“Desde então que as conservas assumiram um papel de cartão de visita do País em todo o Mundo, levando no interior de cada lata de conserva, muitas vezes embrulhadas em autênticos postais ilustrados, uma parte significativa da história e da cultura portuguesa e de um povo desde sempre ligado ao mar e à pesca”.
Por outro lado, “a indústria conserveira é talvez a expressão mais antiga da industrialização nacional e o melhor exemplo da indústria alimentar nacional, que perdura até aos dias de hoje, fruto de uma dedicação férrea de operários e empresários e de peixe de excelente qualidade capturado principalmente no nosso mar”.
Uma indústria “cheia de história”
Uma indústria “cheia de história, a mais antiga e querida no nosso País, o maior exportador e dinamizador social no século XX, e um dos grandes empregadores nacionais, em particular de mulheres, marcado igualmente pelo aspecto duro e exigente desses primeiros anos nas comunidades piscatórias”, realçam os deputados do PS, PSD, CH e IL.
E relembram aqueles deputados que foi também o impulsionador e o responsável pelo desenvolvimento de muitas outras indústrias, como a pesca, a exploração salineira, a produção de azeite, as latoarias, carpintarias, tipografias e litografias, fundição, mecânica, litografia, robotização, turismo gastronómico, investigação, entre outras.
Mas “é a actividade da pesca que mais se destaca em parceria com a indústria das conservas, estando hoje sujeita a fortes desafios ao nível da sua sustentabilidade ambiental, através da preservação da biodiversidade e da protecção dos stocks das espécies comercializadas”.
No século XXI as conservas nacionais “representam um ícone nacional, de elevada importância económica, social e histórica, com modelos de negócio responsáveis e sustentáveis obtido através de processo continuo de modernização para o qual contribuiu a investigação científica em áreas conexas”, frisam aqueles deputados.
Agricultura e Mar