A Associação Nacional dos Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade (ANPC) irá colocar amanhã, dia 4 de Maio, pelas 15 horas, um cartaz no centro da cidade de Lisboa alusivo ao importante papel que as zonas de caça têm na promoção da biodiversidade, na preservação de habitats e na reintrodução e salvaguarda de espécies ameaçadas. Uma resposta ao cartaz do PAN – Pessoas – Animais – Natureza com a frase “Eles matam tudo e não deixam nada”.
António Paula Soares: “a caça desempenha um papel crucial na conservação da natureza, por muito que custe reconhecer a determinados grupos e partidos extremistas que constroem verdadeiras fábulas sobre ecologia e conservação da natureza, ajustadas às suas ideologias fundamentalistas, deliberadamente montadas para tentarem impingir e fazer vingar o seu radicalismo e intolerância na sociedade”
Explica a direcção da Associação que esta iniciativa surge numa altura em que a época reprodutiva do lince-ibérico atinge o seu auge e se sucedem as notícias de novos nascimentos em várias zonas de caça do Baixo Alentejo, em especial nos concelhos de Mértola e Alcoutim, demonstrando inequivocamente o caminho de recuperação daquele que chegou a ser o felino mais ameaçado do Planeta.
“Nas últimas semanas vários são os nossos associados, concessionários de zonas de caça, que nos reportam a detecção de nascimentos, quer pelo avistamento de adultos com crias, quer pela captação de imagens nas câmaras de foto-armadilhagem colocadas para monitorização das espécies” refere António Paula Soares, presidente da ANPC.
E António Paula Soares acusa que “o País tem vindo a assistir, por parte de um pequeno partido político, a campanhas tóxicas de desinformação, assentes em mentiras e falsidades, que visam incitar ao ódio e ao desprezo pela caça. Acontece que a caça, que é uma actividade ancestral e tradicional, que potencia o desenvolvimento socioeconómico e a vigilância de territórios com baixa densidade populacional, subordina-se a princípios de sustentabilidade e racionalidade e tem manifestas preocupações ambientais e de respeito para com a natureza e o meio-ambiente”.
Promoção e preservação da biodiversidade
A imagem do cartaz lançado pela ANPC, na qual se podem ver três linces ibéricos que nasceram na natureza e a sua progenitora, tem por objectivo afirmar, através de uma “linha de comunicação positiva e pedagógica”, o papel determinante que proprietários rurais, gestores cinegéticos e caçadores têm vindo a desempenhar na promoção e preservação da biodiversidade e dos habitats em Portugal.
“Esta é uma verdade irrefutável, este é o Mundo real”, salienta António Paula Soares, reforçando que “a caça desempenha um papel crucial na conservação da natureza, por muito que custe reconhecer a determinados grupos e partidos extremistas que constroem verdadeiras fábulas sobre ecologia e conservação da natureza, ajustadas às suas ideologias fundamentalistas, deliberadamente montadas para tentarem impingir e fazer vingar o seu radicalismo e intolerância na sociedade”.
Mas a importância da caça revela-se a vários níveis, garante a Associação. Graças à gestão cuidada que fazem das zonas de caça sob sua responsabilidade – e de forma colaborativa com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e diversas Organizações Não-Governamentais – tem “sido possível recuperar, com sucesso, várias espécies ameaçadas”: o ICNF, recentemente, confirmou a tendência de crescimento da população de abutres pretos no Parque Natural do Tejo Internacional, um aumento de 33% de casais de reprodutores de águia imperial ibérica no Alentejo, principalmente no Parque Natural do Vale do Guadiana e na ZPE de Castro Verde, e o fantástico censo de 2019 do Lince Ibérico que coloca o Vale do Guadiana com a maior taxa de produtividade em termos de ninhadas da Península Ibérica.
Sensibilizar a sociedade
De acordo com António Paula Soares “este cartaz destina-se a sensibilizar a sociedade para o papel que os proprietários rurais e caçadores têm tido na promoção e preservação da biodiversidade e dos habitats, através do desenvolvimento de medidas concretas de gestão cinegética e do território”.
Para a direcção da Associação Nacional dos Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade, “a caça não é sinónimo de matança, e muito menos de morte indiscriminada de animais. A caça é uma actividade humana, ancestral, tão antiga como o Homem, que visa colher, de forma racional e sustentável, os recursos animais que a natureza proporciona”.
Por outro lado, salienta que “a caça é ainda uma actividade legal e, tal como é praticada hoje em Portugal, obedece a regras rigorosas, está subordinada a práticas sustentáveis e contribui, como este cartaz tão bem evidencia, para a recuperação de espécies ameaçadas, como é o caso do lince-ibérico”.
A recuperação do lince-ibérico segue no terreno, tendo por epicentro o concelho de Mértola, também reconhecido por ser a Capital Nacional da Caça, e “é graças ao trabalho diário de gestão e conservação do território, feito 365 dias no terreno por proprietários e gestores, que foi possível voltar a ter condições para que o maior felino da Península Ibérica voltasse a percorrer os campos em Portugal”, frisa a Associação.
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