A direcção da CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal, perante a possibilidade de o PAN – Pessoas-Animais-Natureza “vir a integrar um Governo de Portugal caso o Partido Socialista vença as eleições sem maioria, não pode (…) ter outra posição que não seja a do apelo à rejeição do voto no Partido Socialista”. É um apela claro contra o voto no PS nas próximas eleições legislativas de 30 de Janeiro.
Explica a Confederação em comunicado que “nada move a CAP contra o Partido Socialista. Pelo contrário, a CAP respeita o Partido Socialista e considera que o mesmo é uma instituição basilar da democracia portuguesa. Mas tudo move a CAP contra a possibilidade de o Partido Socialista integrar o PAN em qualquer solução governativa, em qualquer circunstância”.
“Aceitar governar com o PAN é admitir que o poder é mais importante do que o futuro do País, é ignorar e desrespeitar a esmagadora maioria da população. Portugal precisa de um sector agrícola e de um mundo rural vivo, desenvolvido, moderno, exportador, inovador e sustentável. Integrar o PAN em soluções de governo pode servir projectos de poder, mas não serve o interesse nacional”
E garante: “da mesma forma procederá a CAP em caso de ser assumido, por qualquer outra força política, que o PAN possa ser parte de qualquer solução de governo para Portugal”.
PAN “é um partido perigoso e radical”
Para a direcção da Confederação dos Agricultores de Portugal, o PAN “é um partido perigoso e radical que está nos antípodas do que a maioria da população e a CAP defendem e, por isso, todos os cidadãos eleitores com ligações ao sector agrícola e ao mundo rural devem rejeitar – e rejeitam – o voto no PAN, bem como nos que manifestem disponibilidade para com ele se coligarem”.
No entanto, realça que “apesar de, na esfera privada, dirigentes e responsáveis do PAN desenvolverem, ou terem desenvolvido, actividade agrícola relevante, com recurso a práticas de agricultura moderna e com vocação exportadora, a verdade é que, na esfera pública, o PAN é um partido anti-agricultura e que rejeita as especificidades, tradições, cultura e valores do mundo rural”.
Acrescenta o mesmo comunicado que, no decurso dos debates que foram sendo realizados na actual campanha eleitoral, “os portugueses foram surpreendidos com a disponibilidade de partidos políticos centrais na nossa democracia, com destaque para o Partido Socialista, que assumiu, pela voz do seu secretário-geral, poder ter no PAN um parceiro de coligação ou de entendimento pós-eleitoral”.
E relembra o que António Costa referiu, no debate a 13 de Janeiro, com Rui Rio: “não há tabus sobre o que acontecerá a 30 de Janeiro”. “A clareza da posição de António Costa, que admitiu governar com um partido cujas ideias e programa eleitoral preconizam a destruição da agricultura e a aniquilação do mundo rural, provocou uma imensa indignação em todo o sector, incluindo em diversos autarcas do Partido Socialista no interior do País”, garante a CAP.
“Ameaça real ao futuro do País”
E salienta que “o PAN representa uma ameaça real ao futuro do país. As suas propostas para a agricultura e para o ambiente baseiam-se maioritariamente em ideologia, preconceito, ignorância, percepção e crendice. A maioria das propostas do PAN não resiste ao confronto com a ciência e o conhecimento científico”.
Por outro lado, considera que as medidas que preconiza para a agricultura e o mundo rural, “no qual se incluem, entre outras fileiras e actividades, a floresta e a caça, assentam em expressões como “proibir, interditar, eliminar, retirar, impedir”… Esta é uma postura autoritária e impositiva que não é aceitável nem pode ser normalizada. Estas actividades são importantes para e economia, para a sociedade e o emprego e para o desenvolvimento sustentável e equilibrado do território”.
“Aceitar governar com o PAN é admitir que o poder é mais importante do que o futuro do País, é ignorar e desrespeitar a esmagadora maioria da população. Portugal precisa de um sector agrícola e de um mundo rural vivo, desenvolvido, moderno, exportador, inovador e sustentável. Integrar o PAN em soluções de governo pode servir projectos de poder, mas não serve o interesse nacional”, frisa o mesmo comunicado.
Agricultura e Mar Actual