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Projecto EntoValor: Insectos na alimentação animal tornam sector mais sustentável

O projecto EntoValor demonstra que a introdução de insectos permite manter um sector agro-alimentar a funcionar através de uma reconversão economicamente favorável e com melhorias em termos de sustentabilidade ambiental bastante significativas. Outra das conclusões aferidas é que é possível comer de forma saudável e tradicional respeitando o meio ambiente.

O EntoValor teve a duração de três anos e um investimento associado de 750 mil euros. O projecto foi liderado pela EntoGreen e por mais três empresas: Consulai, Rações Zêzere e AgromaisPlus e teve como parceiro de I&D o INIAV — Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária.

As conclusões do projecto EntoValor vão estar em debate no próximo dia 22 de Novembro, na Estação Zootécnica Nacional de Santarém, no Vale de Santarém, a partir das 9 horas.

Promover a economia circular

O objectivo deste projecto foi promover a economia circular, uma vez que incidiu na utilização de sub-produtos das agricultura e agro-indústria para a produção das larvas, que depois de bio-degradados serão posteriormente usados como fertilizantes orgânicos.

Com a implementação deste projecto foi possível produzir carne e ovos com um menor impacto ambiental, graças à aplicação de processos de valorização de sub-produtos que permitem maximizar a utilização dos recursos e gerar novas oportunidades de negócio para o sector agro-alimentar, em particular para as zonas rurais, salientamos promotores do projecto.

Neste sentido, foi possível substituir totalmente o bagaço e óleo de soja por insectos na alimentação de galinhas poedeiras, sem que se verifiquem alterações produtivas ou no sabor dos ovos. Também nos frangos foi possível substituir parcialmente na sua alimentação, o bagaço e óleo de soja por insectos sem que tal afecte a produtividade e a qualidade da carne. Importa referir que 95% do bagaço de soja é importado, desta forma Portugal conseguirá reduzir a sua dependência do mercado internacional.

Alimentação sustentável

Segundo Daniel Murta, Fundador da EntoGreen “as regras para uma alimentação sustentável passam por consumir com moderação, de fonte local e de produtores que assegurem o natural ciclo dos nutrientes, maximizando a eficiência de utilização dos recursos naturais e o respeito pela natureza. Com o projecto EntoValor conseguimos verificar que é possível tornar a nossa agricultura sustentável sem com isso acabar com sectores de actividade considerados tradicionais, mantendo a qualidade dos nossos produtos e o respeito pelo meio ambiente”.

Importa lembrar que mais de um milhão de toneladas de alimentos são desperdiçados todos os anos em Portugal e que a utilização de insectos na conversão de desperdícios nutricionais (sub-produtos vegetais) permite criar fontes nutricionais alternativas para animais, principalmente proteicas, e novas fontes nutricionais para as plantas, fertilizantes orgânicos. Este processo permite gerar produtos finais de elevado valor nutricional e económico.

Fertilizantes orgânicos

Por outro lado, a utilização destes fertilizantes orgânicos nas culturas permite reduzir a utilização de fertilizantes químicos e minerais, responsáveis pela contaminação das águas e lençóis freáticos. Assim, os fertilizantes orgânicos contribuem para melhorar a saúde do solo, favorecendo a sua estrutura, a fixação de água e a actividade de microrganismos benéficos.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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