O pedido de registo da Corrida de Toiros no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial de Portugal foi submetido ontem, 15 de Julho. Trata-se de uma “candidatura forte e bem sustentada cientificamente”, fruto do trabalho desenvolvido por uma equipa multidisciplinar de investigadores do ISCTE . O processo de candidatura foi liderado pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) através do centro de Investigações e Estudos e Sociologia (CIES-IUL).
Uma “aventura” que começou com o projecto Tauromaquia Património Cultural de Portugal, que contou com o apoio do Orçamento Participativo de Portugal 2017, ao qual à qual compete apoiar os municípios no levantamento das manifestações tauromáquicas presentes nos seus territórios; promover o levantamento da componente nacional da cultura tauromáquica, isto é, dos elementos que se reduzem aos territórios municipais, mas antes, que apresentem dimensão nacional; e elaborar conteúdos e reunir a documentação necessária às propostas de registo das práticas taurinas em território nacional para o Inventário Nacional do Património Imaterial (INPCI).
A constituição do Projecto, numa fase inicial, centrou-se num trabalho de recolha de informação e investigação relativa à prática tauromáquica em território nacional. Um exemplo foi o Congresso Internacional “Homens e Toiros, cultura e desenvolvimento”, que ocorreu na vila da Chamusca, entre os dias 11 e 13 de Julho de 2019. Este contou com a participação de oradores portugueses, espanhóis e franceses com investigações nas áreas da Medicina Veterinária, Psicologia, Antropologia, Sociologia, Economia , entre outras.
Património Cultural de Portugal
Uma outra iniciativa, diz respeito ao lançamento do livro “Património Cultural de Portugal”, que surge com o propósito de promover e dar a conhecer os conceitos básicos tauromáquicos, enaltecendo assim o conhecimento global partilhado na sociedade sobre a cultura tauromáquica portuguesa.
A complementar o livro em suporte físico, foi criada uma plataforma online, a qual serve como repositório de toda a informação conhecida, ao longo da história em Portugal. “Um recurso educativo, pedagógico, didáctico e representativo, de forma a promover e divulgar esta prática junto dos mais variados públicos”, dizem os promotores da iniciativa.
“Devido ao facto da tauromaquia constituir uma prática “amada por uns, odiada por outros”, este processo apresenta-se demorado e vagaroso, morosidade essa atribuída aos movimentos exercidos pelos anti-taurinos que se manifestam fortemente contra a apresentação e implementação desta candidatura”, realça Ana Melo Cano, da televisão regional Canal Alentejo, uma das promotoras da iniciativa.
E acrescenta que “caso o pedido seja aceite a tauromaquia será oficialmente reconhecida como parte integrante da cultura portuguesa, ficando desta forma, a salvo de qualquer ataque que possa surgir proveniente de indivíduos ou movimentos anti-taurinos”.
Agricultura e Mar Actual