A marca CAI — “Cruise in the Atlantic Island”, criada em 1994 pelos portos de Canarias e da Madeira, a que se juntou mais tarde, Cabo Verde, pode vir a ser mais do que uma marca e passar a ser uma empresa. Esta parceria representava em 2019, antes da pandemia, 3,2 milhões de passageiros e 1.529 escalas. No ano anterior, em 2018, o número de escalas foi superior, 1.634 escalas.
O anúncio foi feito ontem, 28 de Outubro, pela presidente do conselho de administração da APRAM — Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira, Paula Cabaço, durante o XIII Congresso da APLOP – Associação dos Portos de Língua Portuguesa, que se realizou nos dias 27 e 28 de Outubro, na Ilha do Sal, em Cabo Verde, que se estreou como Capital dos Portos de Língua Portuguesa. O tema central foi: “Novos Desafios, Novas Oportunidades para os portos da Lusofonia”.
Para Paula Cabaço, “todo o trabalho feito ao longo deste período, durante o qual o número de escalas triplicou, dá-nos a certeza que esta parceria funcionou muito bem. E perante o actual estado do Mundo, ainda com reflexos de uma pandemia e com uma guerra que não se sabe quando nem como terminará, temos de reforçar a parceria da CAI, aprofundando o conhecimento dos respectivos territórios e das suas respectivas potencialidades”.
“Criação de uma figura jurídica de interesse mútuo”
Na sua intervenção, a presidente da Portos da Madeira frisou que “na actual conjuntura, é preciso termos em atenção que os mercados de proximidade e seguros são valorizados pela procura, pelo que são decisivos para o modelo de negócios desenvolvido pelas Administrações Portuárias desta área geográfica. Temos de alcançar novos mercados emissores, mas sobretudo, potenciar ainda mais este itinerário já existente”.
Paula Cabaço pretende, além das reuniões periódicas para desenvolver o Plano de Promoção conjunto da CAI, que o passo seguinte seja “a criação de uma figura jurídica de interesse mútuo, que permita captar fontes de financiamento comunitário para o desenvolvimento de projectos conjuntos entre os três arquipélagos”.
“Temos de promover a área das Ilhas Atlânticas e as regiões da CAI, como destino de cruzeiros de excelência”, afirmou a presidente da APRAM que considera “fundamental aumentar a eficácia e eficiência das quatro administrações portuárias envolvidas no que se refere à troca de informação constante, quer seja estatística, quer dos modelos comerciais, do desenvolvimento do produto turístico de cada região, assim como relativamente aos novos desafios na gestão portuária, nomeadamente nas áreas da digitalização e sustentabilidade”.
A marca CAI — “Cruise in the Atlantic Island”, envolve três países, Portugal, Espanha e Cabo Verde, três arquipélagos — Madeira, Canárias e Cabo Verde —, três destinos, dois continentes, Europa e África, e 11 portos.
Vantagem competitiva das ilhas da Macaronésia
A presidente do conselho de administração da APRAM defendeu no XIII Congresso da Associação de Portos de Língua Portuguesa que “a proximidade e segurança das ilhas da Macaronésia são actualmente uma vantagem competitiva para os Portos de Cabo Verde, Madeira e Canárias no que se refere à atracção de mais cruzeiros para a rota atlântica”.
Com uma intervenção intitulada “Parcerias Estratégicas para o sector dos cruzeiros – Macaronésia”, Paula Cabaço esteve na Ilha do Sal, a convite da direcção da APLOP.
O ministro do Mar de Cabo Verde, Abraão Vicente presidiu à abertura deste congresso que fpi encerrado pelo ministro do Turismo e dos Transportes do governo cabo-verdiano, Carlos Jorge Santos.
O evento, em modo presencial e online, decorreu no Hilton Cabo Verde Sal Resort, abrindo com as intervenções de Ireneu Camacho, presidente da APLOP, Zacarias da Costa, secretário-executivo da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Júlio Lopes. presidente da Câmara Municipal do Sal, e Giliardo Nascimento, ministro do Mar do Governo de Cabo Verde.
A APLOP foi constituída em Maio de 2013, tendo como objectivos reforçar os laços de cooperação e aumentar as trocas comerciais entre os seus membros, estando integrados como associados nove países da CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste). De registar ainda a adesão de várias empresas de topo do universo marítimo-portuário português e além-fronteiras.
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