O “Governo aprendeu pouco com 2017. Não quis e não quer perceber que não se defende a floresta e o mundo rural, sem defender as comunidades rurais e as suas principais actividades”. A frase é de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP).
Jerónimo de Sousa, que falava na sessão de encerramento de uma audição parlamentar promovida pelo PCP, a 15 de Julho, sobre “Produção de Alimentos, agricultura e soberania alimentar – um desígnio nacional”, acrescentou que “cinco anos depois dos incêndios de Junho e de Outubro de 2017, depois de termos passado por situações semelhantes em 2003 e 2005, sabemos que, para lá dos relatórios, dos anúncios, das leis e dos despachos, da perseguição e culpabilização dos pequenos e médios proprietários, o que falta fazer de estrutural para defender a floresta nacional é ainda muito”.
“Em matéria da valorização do preço da madeira, do ordenamento da floresta, dos apoios públicos à pequena e média agricultura, do cadastro florestal, mas também do apoio aos bombeiros. O que falta fazer é mesmo demais tendo em conta o tempo que entretanto passou”, frisou Jerónimo de Sousa.
Para o secretário-geral do PCP, “parece que o Governo aprendeu pouco com 2017. Não quis e não quer perceber que não se defende a floresta e o mundo rural, sem defender as comunidades rurais e as suas principais actividades – questão central e primeira para garantir um território humanizado, equilibrado e seguro”.
Escalada de preços
“Combustíveis, energia, adubos, fertilizantes, fitofármacos, sementes, rações, maquinaria, não há nada que não tenha conhecido aumentos, na sua esmagadora maioria especulativos, que podem ultrapassar os 200%. Não faltam exemplos de quem comprava uma saca de adubo a 9 euros e passou a pagar 18. Ou quem gastava 2 mil euros em rações e este ano teve de desembolsar 3 mil. Ou quem teve que cortar nas curas porque os fitofármacos custam mais do dobro”, realçou Jerónimo de Sousa.
Agricultura e Mar