A deputada única do PAN – Pessoas-Animais-Natureza, Inês de Sousa Real, recomenda ao Governo que proceda á criação de um grupo de trabalho, que, garantindo a representação da Organizações Não-Governamentais do Ambiente e uma estreita articulação com o Conselho de Acção Climática, tenha a missão de avaliar a execução das medidas de protecção e de manutenção da área de sobreiro e de azinheira na concretização dos projectos de investimento na ferrovia previstos no âmbito do Plano Ferroviário Nacional, do Programa Ferrovia 2020 e do PT 2030.
Explica a deputada do PAN no seu Projecto de Resolução 971/XV/2, entregue na Assembleia da República, que “o Plano Ferroviário Nacional, o Programa Ferrovia 2020 e o PT 2030 prevêem um conjunto de investimentos robustos na ferrovia, que se revelam fundamentais para a transformação do sector dos transportes e para que o País consiga atingir as metas nacionais e internacionais de neutralidade carbónica e de redução de emissões a que está vinculado”.
Contudo, o PAN defende que “a aposta na ferrovia não pode fazer-se com a destruição de valores naturais e da biodiversidade, algo que não tem sucedido na concretização dos projectos em curso, onde temos visto por exemplo uma destruição desenfreada de sobreiros”.
E Inês de Sousa Real dá vários exemplos. “Só em Águeda, está em causa a destruição de 300 sobreiros para reactivar parte da linha do Vouga — uma decisão tecnicamente errada porque vai fazer proliferar o acacial já instalado e agravar o risco de erosão — e na linha de Évora e Elvas está em causa a destruição de 287 sobreiros”.
“Esta destruição de sobreiros é especialmente preocupante num contexto em sabemos que o nosso País perde um hectare de montado a cada duas horas e 5 mil hectares de montado a cada ano, e quando é do conhecimento público que a Organização Mundial de Saúde recomenda que existam 12m quadrados de espaços verdes por habitante, especialmente nas cidades”, realça a deputada do PAN.
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