Os técnicos do Instituto Nacional de Estatística (INE) estavam optimistas quanto à actual campanha da castanha. Mas, um surto de septoriose alterou as perspectivas. A produção global de castanha deverá registar uma quebra na ordem dos 10%, face a 2020.
Referem as previsões agrícolas, em 31 de Outubro, do Instituto Nacional de Estatística que as condições meteorológicas que se fizeram sentir no início do ciclo vegetativo do castanheiro faziam prever que se estaria perante uma boa campanha, com uma carga de frutos elevada e produção acima da média.
Porém, a partir de meados do Verão, a ocorrência de vários períodos de precipitação e de temperaturas médias não muito elevadas durante o final de Julho e princípio de Agosto potenciaram o aparecimento e desenvolvimento da septoriose, doença provocada pelo fungo Mycosphaerella maculiformis que, habitualmente, tem ocorrência marginal e de pouco impacto económico.
Apesar da situação ter sido identificada na altura e de se terem emitido recomendações para a realização de um tratamento preventivo à base de cobre, realça o INE, nem todos os produtores protegeram os soutos, observando-se em muitos castanheiros a presença de necroses no pedúnculo do ouriço, que conduziram à sua queda precoce (antes da maturação) ou, na melhor das hipóteses, a castanhas com calibres inferiores.
Desta forma, os técnicos do INE estimam uma quebra da produção global de castanha na ordem dos 10%, face a 2020. Recorde-se que o último grande ataque descontrolado de septoriose ocorreu em 2014, com grande impacto na produção (a segunda menor das últimas duas décadas).
Agricultura e Mar Actual