O presidente da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas, Idalino Leão, diz que “para a agricultura nacional ser competitiva precisamos de resolver algumas questões estruturais e sectoriais. Entre elas, defendemos uma igualdade nos custos fixos associados à energia, no mínimo, a nível ibérico. A diferença de custos associados ao gasóleo e à electricidade émuito acentuada. Neste momento, o gasóleo agrícola é mais barato em Espanha em cerca de 30 cêntimos”.
Em entrevista à Revista Agricultura e Mar, Idalino Leão, defende ainda “uma igualdade fiscal a nível ibérico. Porque, se é certo que estamos no Mercado Único Europeu, não é menos verdade que, para a maioria dos produtos agroalimentares nacionais, o nosso mercado vai ali até aos Pirenéus, para onde partimos sempre em desvantagem face aos nossos congéneres espanhóis”.
“Aqui ao lado, temos um colosso agroalimentar porque também houve opções políticas nesse sentido. Não é de agora, Espanha há muitos anos que fez uma aposta clara no sector agroalimentar. E é isso que nós também temos vindo a defender — uma ambição antiga que já se passa em Espanha há mais de 30 anos — uma medida específica para a capacitação institucional das cooperativas que permita aumentar o nível de qualificação dos seus recursos humanos. Capacitar e requalificar, se for o caso, a nível estrutural e de equipamentos. Isto para fomentar ganhos de escala, porque é importante fomentar a concentração da organização da produção”.
O presidente da Confagri realça que “entregámos este caderno de encargos já na passada legislatura. Voltámos a entregar novamente ao novo ministro. Nós não estamos a inventar nada. Isto já acontece em Espanha e é importante que seja replicado em Portugal”.
Alteração do PEPAC
Por outro lado, Idalino Leão considera também “como fundamental, uma alteração do PEPAC [Plano Estratégico da Política Agrícola Comum], menos burocratizado, porque o que aconteceu na campanha do ano passado foi terrível para os agricultores, para para as organizações de agricultores. Não há memória de uma campanha que durasse até Agosto. Esperamos que isto não aconteça novamente”.
Além disso, o presidente da Confagri salienta que os agricultores “não querem abdicar da capacidade de investimento [conferida pelo PEPAC], porque a agricultura portuguesa precisa ainda de uma componente forte de investimento. Para a Confagri, o investimento é algo sagrado e que queremos manter, bem como defendemos que as ajudas públicas devem ser canalizadas para os agricultores que façam hoje uma gestão activa e produtiva do território e não serem meras rendas aos terrenos que alguns detêm”.
Agricultura e Mar