É preciso “mudar o perfil do consumo em Portugal, em diálogo com todos”, porque chove cada vez menos e já não se pode contar com anos melhores para compensar os piores, disse o ministro do Ambiente e da Acção Climática, Matos Fernandes.
O ministro do Ambiente e da Acção Climática e a ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, falavam numa conferência de imprensa no final de uma reunião da Comissão Inter-ministerial da Seca, em Lisboa.
Ministra da Agricultura: “seca severa não é conjuntural”
A ministra afirmou que “a seca severa não é conjuntural”, pelo que se exigem medidas concretas para conter o consumo de água, adaptando as culturas à disponibilidade da água e garantir a eficiência no uso deste recurso.
As duas áreas de Governo vão começar, a partir de 30 de Novembro, a reunir-se com representantes dos sectores que mais água consomem: autarquias, agricultura e sector turístico do Algarve.
Maria do Céu Albuquerque disse que “não se augura nada de melhor” para os próximos anos na disponibilidade de água, o que é especialmente relevante para a agricultura, que consome 74% da água utilizada em Portugal.
A seca é particularmente grave no Sul do continente, tendo Matos Fernandes referido que já estão suspensas novas licenças para captação de água a Sul do Tejo e que se expandirá a utilização de águas residuais tratadas na rega e na lavagem de ruas.
“Não nos enganemos”
O ministro referiu que a situação “é hoje melhor do que no período homólogo de 2017, mas o problema é estrutural”. Por isso, “não nos enganemos com a chuva que caiu nas últimas horas e que vai continuar a cair”.
Matos Fernandes disse ainda que após a seca de 2017, Portugal está mais bem preparado para fazer face à seca em 2019.
Agricultura e Mar Actual