A Estação de Avisos Agrícolas de Entre Douro e Minho alerta para os princípios da protecção contra o míldio da batateira. Causado pelo fungo Phytophtora infestans (Mont.) de Bary, pode causar enormes prejuízos e mesmo a destruição completa da cultura.
“É necessária uma vigilância rigorosa das parcelas. As infecções podem rapidamente atingir e destruir um batatal”, refere a Circular nº 05/ 2022 daquela Estação de Avisos.
E acrescenta que são factores que favorecem a instalação e progressão da doença:
- condições meteorológicas com humidade elevada e temperaturas acima de 10o C
- terrenos sombrios
- terrenos com má drenagem do ar
- folhagem muito desenvolvida e densa
- solos pesados e húmidos
- existência de rebentos provenientes de batatas deixadas no solo da colheita anterior ou de restos de plantações destruídas pelo míldio e que não foram colhidas
- existência de plantas infectadas nas proximidades
Quanto a medidas preventivas, a Estação de Avisos Agrícolas de Entre Douro e Minho aconselha:
- plantar variedades menos sensíveis à doença
- cultivar diversas variedades
- usar batata-semente sã, certificada
- evitar um desenvolvimento excessivo da folhagem (diminuir a adubação azoto)
- proceder à amontoa, o que diminui o risco de infecção dos tubérculos
- colher com tempo seco
- eliminar os rebentos provenientes de batatas deixadas no solo da colheita anterior
- não deixar no campo os restos da cultura. (Todos os anos, os restos de rama e batatas deixadas nos campos quando da colheita, estão na origem das infecções precoces pelo míldio da batateira. Um monte de rama deixado no campo pode infectar a cultura no ano seguinte num raio de mais de 500 metros em volta. Estes resíduos da cultura podem, além do míldio, disseminar outras doenças da batateira como a fusariose, a podridão mole ou a podridão aquosa).
- fazer um bom controlo, de preferência mecânico, das infestantes.
No que diz respeito à luta directa (luta química) refere a mesma Circular que é realizada por aplicação de fungicidas com modo de acção preventivo, preventivo-curativo, curativo, erradicante. E que em agricultura biológica, o cobre é o único meio eficaz de luta contra o míldio permitido, aplicado preventivamente.
“O cobre é um fungicida de contacto. A folhagem só fica protegida se estiver suficientemente coberta de um depósito de calda antes das infecções. Todas as folhas novas que nascem após a aplicação do fungicida, ficam desprotegidas, pelo que devem ser cobertas de novo tratamento à base de cobre antes das chuvas seguintes”, acrescentam os técnicos da Estação de Avisos Agrícolas de Entre Douro e Minho.
Por outro lado, referem que uma calda à base de cobre é lavada por 20 mm de chuva continuada ou por 25 mm de chuva acumulada e que para avaliar a situação do míldio no campo, é necessário fazer visitas e observações cuidadas às plantações. Esta operação, longe de ser uma perda de tempo, permite evitar surpresas desagradáveis.
Realça a mesma Circular que devem-se regular correctamente os pulverizadores, bem como a velocidade dos tractores, de modo a obter uma boa penetração do fungicida no interior da folhagem, além de respeitar as doses indicadas nos rótulos dos fungicidas.
A Circular nº 05/ 2022 da Estação de Avisos Agrícolas de Entre Douro e Minho (que pode consultar aqui) alerta ainda para o míldio da vinha, a Podridão Negra, o oídio da videira, ataques de erinose, traça-da-uva, cigarrinha verde e granizo.
Por outro lado, dedica-se a doenças no kiwi, macieira, pereira, e plantas ornamentais.
Agricultura e Mar