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DRAP Algarve reúne mais de 100 participantes de todo o País para fazer ponto da situação da praga Trioza erytreae

A praga Trioza erytreae, vulgarmente conhecida por Psila Africana dos citrinos, por si só não é considerada problemática, uma vez que é de luta relativamente fácil, conjugando-se facilmente no combate a outros inimigos da cultura dos citrinos, como é o caso dos afídeos e da mineira dos citrinos. O maior problema consiste no facto da Trioza erytreae poder transmitir a doença denominada Huanglongbing (HLB ou Citrus greening) causada pela bactéria Candidatus Liberibacter, considerada a doença mais grave dos citrinos a nível mundial, podendo comprometer seriamente a produção citrícola da Europa.

Estas são algumas das conclusões do Seminário “Trioza erytreae”, organizado conjuntamente pela DRAP Algarve — Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve e pela DGAV — Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, que ocorreu no passado dia 6 de Dezembro, no auditório da DRAP Algarve, e que no conjunto, quer de forma presencial, quer em assistência por vídeo conferência, contou com mais de uma centena de participantes de todo o País.

Um evento que decorreu com o objectivo de divulgar informação sobre a evolução da situação, estratégia nacional e luta biológica relacionada com esta importante praga que afecta a cultura dos citrinos.

“Embora nunca tenha sido detectado nenhum caso desta doença na UE, existindo o insecto vector, a probabilidade de dispersão é mais elevada”, salienta uma nota de imprensa da DRAP Algarve, realçando que para o seu combate tem vindo a ser aplicado, desde 2019, em articulação com os Serviços Agrícolas Espanhóis, um plano de luta biológico que consiste na realização de largadas sistemáticas de insectos parasitóides da espécie Tamarixia dryi.

Luta biológica extremamente eficaz

“Este auxiliar apresenta uma elevada especificidade para esta praga e tem-se revelado extremamente eficaz no seu controlo, revelando taxas de parasitismo muito elevadas”. No Algarve logo após a detecção da praga (Trioza erytreae), em Setembro de 2021, foi de imediato articulado com a autoridade fitossanitária nacional, a DGAV, possibilitando que se tivessem realizado diversas largadas do referido parasitóide em plantas de citrinos nos concelhos afectados por esta praga.

A comunidade científica é unanime em considerar que este parasitóide é uma mais-valia no combate a esta praga, referem ainda as conclusões da DRAP Algarve.

Como principais conclusões obtidas no encontro, destaca-se ainda que a praga Trioza erytreae vulgarmente conhecida por Psila Africana dos citrinos foi assinalada pela primeira vez na Península Ibérica, na Galiza em 2014. Paulatinamente expandiu-se para Sul, por toda a zona costeira de Portugal continental, tendo sido assinalada em Setembro de 2021 na região do Algarve, nos concelhos de Aljezur e Vila do Bispo. A Norte encontra-se já assinalada nas regiões autónomas espanholas da costa Norte da Península até muito próximo de França.

É considerada uma praga de quarentena no território da União Europeia, obrigando à aplicação de medidas fitossanitárias necessárias para a sua erradicação e evitar a sua dispersão.

Hospedeiros

A Trioza erytreae tem como principais hospedeiros, espécies vegetais da família das Rutáceas, onde se incluem os citrinos e algumas espécies ornamentais de fraca implantação na região do Algarve. É uma praga relativamente fácil de identificar pelos sintomas característicos “galhas” que provoca na rebentação da cultura dos citrinos. É na cultura dos limoeiros que encontra condições mais favoráveis para se instalar, pelo facto desta espécie apresentar diversas rebentações anuais.

Daquele encontro conclui-se ainda a importância de “manter e reforçar a colaboração entre os principais agentes do sector, de modo a congregar esforços para a obtenção de êxito na aplicação das medidas fitossanitárias necessárias para a erradicação e evitar a dispersão desta praga”.

Este Seminário contemplou no programa a participação de diversos oradores nacionais, Paula Cruz Garcia da DGAV, José Carlos Franco do Instituto Superior de Agronomia, José Alberto Pereira do Instituto Politécnico de Bragança, Ana Aguiar da Faculdade de Ciência do Porto e Amílcar Duarte da Universidade do Algarve, Para além destes contou ainda com a participação de José Maria Cobos da Dirección General de Sanidad de la Producción Agraria, Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación de Espanha.

A sessão foi iniciada pelos directores da DRAP Algarve e da DGAV, respectivamente Pedro Valadas Monteiro e Susana Pombo, que relevaram a importância da partilha de informação e do trabalho em rede como forma de melhorar a capacidade de actuação e de prevenção perante as ameaças fitossanitárias, cuja severidade e impacto é potenciado pela crescente mobilidade de pessoas e mercadorias, bem como pelas alterações climáticas.

O vídeo do Seminário estará brevemente disponível no Youtube da DRAP Algarve, aqui.

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