A origem sustentável do pescado é o quinto factor decisor que motiva a compra de pescado dos portugueses, que identificam a sobrepesca e a consequente extinção das espécies marinhas como a segunda ameaça aos oceanos que mais os preocupam, a seguir à poluição. Estas são algumas das conclusões de um estudo de mercado encomendado pelo Marine Stewardship Council (MSC) à GlobeScan Incorporated, em 2020.
Em nota de imprensa, realça a MSC que Portugal é dos países do Mundo que mais gosta de comer pescado. A compra regular de peixe e marisco é assumida por 95% dos consumidores portugueses, sendo que quase metade (45%) revela mesmo adorar comer peixe.
O estudo em causa analisa as tendências do consumo de peixe e principais preocupações dos consumidores em 23 países, num universo de mais de 26.000 pessoas entrevistadas. E os portugueses revelem-se preocupados com a preservação dos recursos marinhos e, se a poluição, sobretudo pelos plásticos e microplásticos, preocupa a maioria (67%), 48% apontou a sobrepesca e a extinção das espécies como a segunda maior preocupação.
Os consumidores portugueses têm uma maior preocupação com a poluição que a média global (44% versus 30%) dos países envolvidos no estudo, nomeadamente no que diz respeito aos produtos químicos e geneticamente modificados.
A preocupação com a sustentabilidade dos oceanos já conduziu 54% dos consumidores nacionais a tomar alguma medida no último ano, como mudar de marca para outra que afirme o seu compromisso com um oceano mais saudável. E 90% revelaram estar dispostos a tomar medidas no futuro com o mesmo objectivo.
Certificação
No que toca à certificação, os consumidores portugueses reconhecem menos o “Selo Azul” do MSC que a média global (41% comparado com 48%), também associam mais estas certificações à saúde (57% comparado com 52%), no entanto revelam uma maior percepção de que os selos de sustentabilidade ajudam a assegurar a disponibilidade de peixe para as gerações futuras. (74% versus 63%)
Na semana #MarParaSempre, que o MSC organiza pela primeira vez em Portugal, entre 15 e 21 de Novembro, estas conclusões “vêm dar força àquela que é a principal missão da organização sem fins lucrativos: acabar com a sobrepesca e sensibilizar público, indústria e entidades públicas para a necessidade da pesca sustentável”, refere a mesma nota de imprensa.
Portugal está entre os líderes do consumo de pescado, não só pela história e a relação do país ao mar, mas também pela consciência que os consumidores têm em relação às vantagens deste alimento. Os benefícios para a saúde, a segurança alimentar e a frescura são os motivadores mais importantes para a compra de peixe e marisco, diz o MSC.
Pesca sustentável
Por sua vez, a pesca sustentável é a quinta causa referida com motivadora, ficando acima do motivo relacionado ao preço. Quanto ao tipo de produto, os congelados ocupam a primeira posição, seguidos pelos frescos e os enlatados.
Outra das conclusões apresentadas neste estudo refere-se ainda às espécies mais compradas, sendo o bacalhau a ocupar o primeiro lugar, com 83% dos consumidores a escolher o mesmo como prato de eleição, seguindo-se o atum (73%) e a pescada (com 68%).
A semana #MarParaSempre do MSC pretende reforçar a mensagem de que para transformar a forma como se pesca os nossos oceanos, é necessário mobilizar toda a cadeia de valor do pescado, incluindo os consumidores, assim como acelerar a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
Agricultura e Mar Actual