Afinal a crise dos combustíveis não chegou ao fim. Sem conseguir um acordo com a Antram — Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias, o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) anunciou uma greve “cirúrgica” ao trabalho suplementar, feriados e fins-de-semana, entre 7 e 22 de Setembro.
Por isso a CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal considera que “os agricultores devem constituir reservas e tomar medidas de prevenção”, realçando que o impacto para os sistemas de abastecimento à agricultura de uma “greve parcial” ou de uma “greve às horas extraordinárias, aos feriados e aos fins-de-semana, não é conhecido”.
Para aquela Confederação, “independentemente de o Governo poder vir a fazer uso dos mesmos mecanismos legais, e tomar o mesmo tipo de medidas que tomou durante a greve que passou, a CAP sublinha a importância de os agricultores e transportadores dos seus produtos constituírem reservas de combustível, respeitando, naturalmente, todas as regras de segurança, e de tomarem medidas de prevenção adequadas que permitam mitigar uma eventual escassez”.
Incerteza e a imprevisibilidade
A CAP considera que o arrastar deste conflito laboral prolonga a incerteza e a imprevisibilidade em torno do abastecimento de combustível, essencial para a actividade económica em geral, e para a agricultura em particular.
Dizem os responsáveis pela Confederação que esta “é uma situação que deve preocupar os agricultores portugueses, sobretudo os que estão, e estarão, em campanha ao longo do próximo mês de Setembro, com destaque para as vindimas, um pouco por todo o País”.
O peso do sector vitivinícola
E explicam que só o sector vitivinícola é responsável por mais de 200.000 empregos directos e indirectos. “São números que expressam bem a importância que o sector vitivinícola representa para o País, pois além do relevante número de postos de trabalho, há que ter em conta os milhares de agricultores e suas empresas que o sector promove”.
Refere ainda a CAP em comunicado que, ao longo das últimas semanas, “através dos sucessivos e atempados alertas”, a par das acções que, localmente, as organizações agrícolas e os produtores desenvolveram para constituírem reservas “e, claro, também pelas medidas que o Governo tomou – que foram determinantes e adequadas à exigência da situação – foi possível mitigar os efeitos da greve. Não tivesse havido este esforço concertado e determinado e a situação teria sido catastrófica para muitos agricultores deste País”.
Agricultura e Mar Actual
Deixem-se de merdas. Consumam o combustível necessário. Vão ter muito que penar para a greve fazer mossa.