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Chuva de Março volta a repor níveis das barragens no Alentejo. Alqueva a 80%

A chuva que tem caído durante o mês de Março chegou para repor os níveis das barragens no Alentejo e evitou uma “catástrofe” na agricultura, devido à seca, mas esta água deve ser “usada eficientemente”.

As palavras são do André Matoso, director da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Alentejo, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

“Neste momento, as disponibilidades hídricas são maiores para a agricultura, mas não são ilimitadas”, disse aquele responsável à agência Lusa, citada no site da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal.

Barragens no máximo

As albufeiras alentejanas tiveram, obviamente, uma evolução muito favorável. A Barragem do Monte Novo (Évora), cujo nível nem chegava aos 30% no fim de Fevereiro, atingiu o máximo da sua capacidade, a 10 de Março.

A albufeira do Monte da Rocha, em Ourique (Beja), a situação mais gravosa, com 8% de água em Fevereiro, está, esta semana, com 26,4%.

Outra das barragens da região mais afectadas pela seca, a da Vigia, em Redondo (Évora), estava a 15% da sua capacidade, em Fevereiro, e tem hoje quase 43%.

“O Alqueva também ganhou muita água”, atingindo quase os 80% e “o mesmo aconteceu com as albufeiras de Pego do Altar e Vale do Gaio”, no concelho de Alcácer do Sal (Setúbal), que “já estão com mais de 50% das suas reservas hídricas”, indicou André Matoso.

Agricultura e abeberamento em risco

André Matoso realça que o abastecimento humano não estava em risco, mas, se a região tivesse “continuado naquele cenário” que estava a ter “até final de Fevereiro, certamente haveria zonas em que não se poderia regar”.

As “grandes povoações”, afirmou, “não iriam ficar sem água para abastecimento”, mas a agricultura e o abeberamento de gado iriam sofrer “uma repercussão muito grande”.

“Essa catástrofe, para a qual estávamos a caminhar, felizmente, está completamente ultrapassada. Esta água está reservada, está armazenada e, agora, é saber geri-la e usá-la com parcimónia”, continuando “a regar como se houvesse pouca para que ela dure mais tempo”, acrescenta.

Choveu o dobro do normal

Refere ainda à Lusa André Matoso que “em 10 dias deste mês, choveram dois meses de Março seguidos na região”, ou seja, “choveu o dobro do que chove num mês de Março normal”, acrescentando, também como exemplo, que na zona de Portalegre, no dia 28 de Fevereiro, quando começou a mudança climática, “choveu mais do que em todo o mês de Janeiro”.

Este Março “húmido” e com “precipitação muito abundante”, destacou, foi “muito importante para tudo”, não só “para o abastecimento humano, regadio, abeberamento do gado e fauna cinegética”, mas também “do ponto de vista ecológico, das linhas de água, da vegetação e dos ecossistemas ribeirinhos”.

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