“Em quantos dias vai o Governo restituir as competências das DRAP [Direcções-Gerais de Agricultura e Pescas]”, em quantos dias “vai reprogramar o PEPAC [Plano Estratégico da Política Agrícola Comum Portugal], em quantos dias “vai devolver todas as competências que foram roubadas ao Ministério da Agricultura, nomeadamente o bem-estar animal e as florestas”. Estas foram as perguntas que o veterinário e deputado do Chega, Pedro Frazão, deixou ao novo primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante a apresentação do Programa do XXIV Governo Constitucional, hoje entregue na Assembleia da República.
Pedro Frazão, que “arrasou” o novo ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, deixou claro que “a agricultura é uma bandeira do Partido Chega, que levantamos sempre bem alto. Já o Senhor primeiro-ministro, no seu discurso da tomada de posse, usou a palavra agricultura apenas duas vezes e a palavra pescas apenas uma vez”. “E sempre como assessórias”. “Hoje aqui, o Senhor primeiro-ministro, no seu discurso inicial, pronunciou também apenas uma vez a palavra agricultura e a palavra pescas”.
“Senhor primeiro-ministro, trago-lhe um recado que espero que ouça com a devida humildade, nós representamos aqui a voz dos agricultores e devo-lhe dizer que os agricultores se sentem neste momento muito enganados pela AD [Aliança Democrática (AD) — PSD-CDS-PPM]”. “Eduardo Oliveira e Sousa, hoje ilustre deputado desta casa representou a AD em quase todos os debates sobre a agricultura (…) e mesmo com a vitória por poucochinho da AD havia uma expectativa de que fosse a ministro da República, aliás, no próprio dia foi anunciado por uma cadeia de televisão”.
“Em vez disso, nesse mesmo dia, apareceu um outro ministro da Agricultura, que depois da tomada de posse se sentou no penúltimo lugar do protocolo ministerial”, “apareceu um outro ministro da Agricultura, que é engenheiro informático e que está em Bruxelas (…) um eurodeputado que na europa votou a favor desta PAC [Política Agrícola Comum] votou a favor da agenda 20-30, anti-agricultura e que esteve na origem da revolta europeia dos agricultores e da revolta portuguesa dos agricultores portugueses do dia 1 de Fevereiro, que cortou auto-estradas e cortou vias nacionais”, realçou Pedro Frazão.
E salientou que o novo ministro da Agricultura é “um eurodeputado que votou a favor dos acordos comerciais injustos para os agricultores europeus, como é, por exemplo, o caso acordo do Mercosul, e votou também a favor da baixa das compensações sobre as mudanças de produção dos Ecorregimes e para a produção biológica”.
“Neste momento, temos a agricultura novamente subjugada às alterações climáticas e à luta contra a biodiversidade (…) a agricultura é um subcapítulo do Ambiente e isso jamais poderá ser concordante com a nossa bancada”, acrescentou o deputado do Chega.
Agricultura e Mar